PUBLICIDADE

Luciano do Valle vai para a Record

Apresentador fica na Record até o fim do ano e depois deve voltar à Bandeirantes, para a cobertura das Olimpíadas de 2004

Por Agencia Estado
Atualização:

Após 20 anos na Bandeirantes, o locutor esportivo Luciano do Valle está deixando a emissora. Apesar de ser "provisoriamente", como ele gosta de enfatizar, será a primeira vez em todo esse tempo que Luciano sai da rede do Morumbi para atuar em outra, no caso, a Record. Com um contrato "verbalmente" fechado com o superintendente artístico da Record, Luciano Callegari - o oficial ele espera assinar hoje - o narrador começa esta semana em sua nova emissora, onde irá narrar jogos de futebol, principalmente os da série B do Campeonato Brasileiro, comprados pela Record há poucos dias. Em entrevista ao Estado, Luciano fala sobre sua volta aos "gramados" e explica um pouco sobre esse tumultuado mundo dos negócios esportivos. O que o motivou a deixar a Band? Eu estava parado lá há um tempão porque a emissora deixou de ter eventos esportivos e essa é realmente a minha praia. Não tinha sentido continuar assim. Quando surgiu o convite da Record achei que era a hora de fazer um acordo de cavalheiros com o Johnny (Saad). Mas você deixou a Band de vez? Não. No nosso acordo ficou claro que eu estou sendo emprestado para a Record até o final do ano. Eu já tinha expressado essa vontade para ele (Saad), e ele tinha me liberado. Sou muito amigo do Johnny. O seu João (pai de Johnny) me chamava de filho. Por que só até o final do ano? Porque quero voltar para a Band para cobrir a Olimpíada de Atenas, no ano que vem. A rede vai transmitir junto com a Globo. Você está com saudades dos gramados? Claro. De uns cinco anos para cá, a Band deixou de ter eventos esportivos porque não adianta querer os direitos. A Globo compra tudo. Lembro que quando começamos com a aquela história de canal do esporte na Band, nenhuma emissora comprava eventos de boxe, NBA, motociclismo, basquete. De repente, deu certo e a Globo resolveu comprar tudo, e os preços ficaram inviáveis para as outras. Ficou tão caro assim investir em esporte com a concorrência da Globo? Eu me lembro que a Band pagou US$ 5 mil pela exibição da primeira luta de Mike Tyson. Ninguém nem sabia quem era aquele lutador. Quando emplacou, a Globo ofereceu US$ 500 mil por cada luta do Tyson. Não dava para bancarmos isso. Mas você tem mágoa por que a Band deixou de ser o canal do esporte? Não, eu sei como as coisas são difíceis. Fui um dos primeiros a falar lá dentro que eles precisavam investir em programas de auditório, acho que esse é o caminho agora. Mas chegaram a lhe oferecer um programa nessa nova linha de shows da emissora? É, me convidaram para apresentar uma atração de variedades com o Datena e o Kajuru (Jorge). Mas como já disse, minha praia é ser narrador. Não topei, não. Então, quer dizer que sua vida tranqüila no Nordeste (mora em Porto de Galinhas, no Recife) vai acabar? (risos) Vai, vou ter que vir para São Paulo duas vezes por semana. Meu contrato prevê que eu narre dois jogos por semana na Record. É um contrato milionário? (risos) Não, nada disso. Tô até levando um patrocinador comigo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.