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Luana Piovani: a bela é a fera

A estrela de O Pequeno Príncipe mostra porque carrega a fama de arrogante

Por Agencia Estado
Atualização:

Não precisa ser criança para ter medo de careta. Até o rosto angelical de Luana Piovani ganha feições assustadoras em momentos de fúria. Foi assim na semana passada, quando ela reuniu a imprensa para lançar a peça O Pequeno Príncipe, uma adaptação da famosa obra homônima de Saint-Exupéry, publicada em 1943. Apesar do momento "tia", com direito a cabelo à la Xuxa, curto e espetado, Luana logo mostrou porque carrega a fama de arrogante. "Minha relação com a imprensa é a seguinte: eu uso vocês e vocês me usam. Não estou preocupada com o que a revista vai achar de mim. Meu público não lê essas revistas", disse. É verdade que os pequenos lêem gibis e não as revistas de fofocas, mas eles também não compram ingressos para o teatro. De olho no disparo intempestivo de desaforos, Luana se redimiu. "Gente, eu sou simpática, sou doce. Recebo as crianças após o espetáculo. Venham me ver falando com elas. Quando estou trabalhando com pequenos, ligo o botão criança e sinto como se fosse uma delas. Quando trabalho com adultos, preciso ser mais profissional, por isso sou rabugenta mesmo." Apesar dos comentários ácidos, Luana garante que seu lado bicho-papão está domado desde 2002, quando ela montou Alice no País das Maravilhas, baseado na obra de Lewis Carroll. "Há duas Luanas diferentes: uma que vivia antes de Alice e uma que nasceu depois. Antes de fazer a peça eu ficava nervosa e explodia por causa de qualquer problema. Fui amadurecendo e agora entendo que algumas coisas não dependem da minha vontade." Luana já descobriu, por exemplo, que não pode controlar a curiosidade das pessoas sobre a vida dos famosos . "Estou sempre com o chaveiro do Pequeno Príncipe pendurado na bolsa para que se esqueçam um pouco de perguntar o que comi, onde fui, com quem fui e lembrem de falar sobre a minha peça. O Ricardo (Mansur, namorado da atriz) falou que vamos casar no ano que vem, que é para ver se os jornalistas param de perguntar sobre isso. Não pensei em datas, mas quero ser mãe sim." Luana anda tão envolvida com o mundo dos pequenos que já pensa até em virar apresentadora infantil. Ela negocia com a TV Cultura para produzir Xereta, a versão brasileira de um programa que existe na Holanda há dez anos. "Ofereci para a Globo, mas ela não se interessou. Não vou para o Rio de Janeiro, assinar contrato com uma emissora e ficar lá esperando que alguém me chame para realizar trabalhos infantis. É por isso que resolvi produzir minhas peças. Aliás, em 2007 vou levar O Pequeno Príncipe em turnê pelo Brasil e Portugal. Aposto que os franceses vão querer ver a nossa montagem também. Vamos ensinar para a França como se conta a história do Pequeno Príncipe." Após mais um surto de falta de modéstia, um silêncio constrangedor tomou conta da coletiva . E Luana quebrou o clima rindo de si. "Já sei, vocês vão publicar assim: ´como ela é exibida, como ela é metida.´ Não posso mesmo ficar humildezinha tendo um espetáculo maravilhoso como esse nas mãos", declarou, passando a palavra para o diretor João Falcão, que, ironicamente, escolheu falar sobre a palavra delicadeza. "Este sentimento parece estar fora de moda nos dias de hoje. Quero dedicar alguns meses da minha vida a esses valores invisíveis, que tanto nos fazem pensar no outro", declarou. Mais que do que uma compilação de lições nobres para crianças, O Pequeno Príncipe é uma ode à tecnologia. No palco, atores voam pendurados por fios, inclusive Luana. "Vou aproveitar que a imprensa está aqui e me exibir um pouco", disse ela, fazendo poses para fotos em um banco suspenso no ar. Como diria o dono do planeta Orgulho, interpretado por Felipe Koury na peça: ´você não vai me aplaudir?´ O Pequeno Príncipe - Teatro Frei Caneca (Rua Frei Caneca, 569. Tel.: 3472-2226. Sábado e domingo, às 16h. R$ 40 e R$ 20.

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