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Lov.e faz seis anos e vira marca de roupa

O clube está fazendo seis anos cheio de amor para dar ao público que lota sua pista quase todas as noites. E a dona avisa: ainda este ano, o Lov.e vai virar marca de roupa e de objetos

Por Agencia Estado
Atualização:

Quando aquele espaço retangular não muito grande na Vila Olímpia, com iluminação um pouco clara demais e decoração kitsch foi aberto no dia 12 de junho de 1998, com o nome de Lov.e Club & Lounge, as pessoas estavam empolgadas com o novo clube de São Paulo. O que surpreende é que a empolgação tenha durado mais do que os dois anos regulamentares e o sucesso continue até hoje: o Lov.e está fazendo seis anos e isso, em idade de casa noturna, já vale por um bom pedaço de eternidade. Mas será que surpreende, mesmo? Ao deixar de lado o porão escuro do underground e os superclubes mais comerciais, o Lov.e criou um meio-termo que acabou deixando a cidade inteira à vontade - tanto os exigentes conhecedores de música eletrônica quanto as pessoas que estavam descobrindo a nova batida. De noite em noite, o Lov.e foi trazendo o que havia de melhor em música eletrônica aqui e lá fora. Foi ali, por exemplo, que o DJ Marky foi descoberto por empresários do drum´n´bass inglês (na época, ele era o DJ Marky Mark, que vinha chamando a atenção na periférica zona leste; mesmo sendo um top mundial, sua noite Vibe continua em cartaz às quintas-feiras). A noite de sexta-feira, a Technova, é a residência de dois dos melhores DJs nacionais de tecno - Mau Mau e Renato Cohen - e é lá também que a promoter Eli Iwasa coloca para tocar profissionais no auge da carreira do mundo todo. Os domingos sediam a bem sucedida balada de black music Black Lov.e. As noites de sábados de tecno e tech-house (Combustível), da DJ Paula, dão passagem, às 5h, ao after-hours Lov.e Machine, que mantém a pista pulando até as 10h da manhã de domingo com seus residentes ilustres Pet Duo, Camilo Rocha, Gu e Doctor, sempre com convidados especiais. Fora as baladas de terça, que, com o simpático nome Lov.e for Friends, recebe projetos e festas ocasionais. (E tem ainda os projetos que já passaram por ali deixando seus rastros na pista, como as quartas de trance do DJ Dmitri e o antigo after-hours de sábado, o Paradise, tocado pelo promoter Oscar Bueno.) Com equipamento de som de primeira e uma impecável programação internacional, o Lov.e consegue fazer com que a pista entre em sintonia, como no set inesquecível do americano Afrika Bambaata - o ´pai da eletrônica´ deu uma aula de história musical e discotecagem. Ou quando o conceituado DJ alemão Svën Vath se empolgou e pediu para tocar de surpresa, mantendo-se nos toca-discos até altas horas, descalço, como se estivesse na sala de casa. Ou ainda quando o francês Laurent Garnier exigiu tocar no Lov.e para vir ao Brasil. E fez uma miscelânea por todos os estilos mostrando por que é mestre em comandar uma pista. Ou, mais recentemente, com a passagem por aqui de um dos inventores do tecno, Kevin Saunderson, que arrancou aplausos e gritos. De onde vem tanta energia? Vem de Flavia Ceccato, que era apenas a mulher do empresário da noite Ângelo Leuzzi (de B.A.S.E e Columbia), quando ele abriu a casa, mas que assumiu definitivamente a direção integral no segundo ano e é a grande responsável pelos caminhos do Lov.e. Para ela, uma série de fatores garantiu que o negócio fosse bem sucedido: "Gosto do que faço. Cuido como se fosse um filho. Invisto em atrações e em um bom time de residentes. Formei uma boa equipe de trabalho e ofereço um bom serviço", orgulha-se. Flavia colocou o nome do Lov.e em outra empreitada inédita. Numa iniciativa social difícil de ver nesse meio, juntou-se à Prefeitura para levar seu time estrelado de DJs para tocar de graça em festas na periferia, no projeto ´Lov.e por São Paulo´, que está no segundo ano. De carona, veio a escola de DJs, que garante metade das vagas para alunos carentes da periferia. Críticas também apareceram: o público reclamava muito da superlotação das noites de sexta-feira. Mas, num ato inteligente, o clube passou a controlar o número de pessoas dentro do local e ganhou pontos com os clientes. Sempre fazendo o que gosta, Flavia promete entrar no sétimo ano da casa com uma batida ainda mais forte. "Pode esperar que no segundo semestre terá muito DJ grande no clube. Grande mesmo, os tops", diz, fazendo mistério sobre a nova investida. E, também no segundo semestre, quem gosta mesmo do clube vai poder vestir a camisa: o Lov.e vai estar em lojas descoladas, como marca de roupa e de objetos para a casa.

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