Louvre abre filial em antiga região mineradora do norte da França

Novo prédio, na cidade de Lens, irá expôr parte das obras permanentes do museu-sede e mostras temporárias

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Por Efe
Atualização:

O Museu do Louvre inaugurou nesta terça-feira, 4, oficialmente sua filial no norte da França, em uma antiga região mineradora da cidade de Lens, onde exibirá em um novo prédio parte das coleções habitualmente guardadas em Paris.

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O presidente francês, François Hollande, ciceroneou a inauguração oficial, uma semana antes da abertura ao público, e elogiou especialmente uma das "joias" do Louvre, A Liberdade Guiando o Povo, de Eugène Delacroix.

O quadro significa um "símbolo de combate de um movimento operário" e cujos personagens "permitiram à República se levantar" segundo o presidente declarou à imprensa, uma mensagem aos antigos mineradores da região, alguns dos quais estiveram presentes no ato.

O novo edifício Louvre-Lens, realizado pelos arquitetos japoneses Ryue Nishizawa e Kazuyo Sejima, está localizado junto a uma antiga mina nessa cidade da região de Pas-De-Calais (norte da França), muito castigada pela crise, tendo 16% de desemprego, por isso espera-se que o museu ajude a revitalizar a área.

Embora o Louvre-Lens não tenha coleções próprias, abrigará parte das exposições permanentes do Louvre de Paris e proporá mostras temporárias que irão se alternar, com a intenção de sempre atrair público.

Assim, por um período de cinco anos, A Grande Galeria, apelidada de Galeria do Tempo, fará uma mostra cronológica com as obras-primas do Louvre de Paris organizada em três períodos: 70 obras da Antiguidade, 45 da Idade Média e 90 da época moderna, passando pelo Egito e pelo Oriente.

Além disso, há obras de Pietro Perugino, Rafael, Botticelli e Rubens, que os visitantes poderão admirar junto com quadros de outros autores essenciais do Louvre, como o Retrato de Mariana Waldstein de Francisco de Goya e Antonio de Covarrubias e Leiva, de El Greco.

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O custo do Louvre-Lens subiu para 150 milhões de euros (cerca de R$ 65,4 milhões), segundo seus diretores, dos quais a região de Pas-de-Calais forneceu 88 milhões; a União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento (Feder), 37 milhões; o Estado francês, 2 milhões, e o restante foi proveniente de outras participações regionais; a ideia surgiu em 2003, enquanto Jacques Chirac era presidente da França.

O presidente diretor do museu do Louvre, Henri Loyrette, enfatizou sobre a filial em Lens os conceitos de descentralização e democratização cultural e disse que se trata de um "museu do século XXI com todos os seus papéis: o artístico, o social e o educativo".

O novo espaço fica sobre uma pequena colina ocupando uma área de 20 hectares com 6.600 árvores, e seus arquitetos, ganhadores em 2010 do prêmio Pritzker, "optaram por uma estrutura baixa, de fácil acesso", com apenas um andar e que misture a vasta paisagem com a arquitetura que propõem, segundo os diretores do parque-museu.

Trata-se de um conjunto de cinco estruturas retangulares de vidro e metal de diferentes tamanhos dispostos sobre a colina e um grande volume curvado que permite que seus ângulos toquem o retângulo mais próximo, criando uma ilusão óptica parecida com a que se vê no museu de Paris.

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A obra é revestida de alumínio polido no qual se vê o reflexo do parque e um teto de vidro, que permite dar luz natural às obras expostas, além de ver o céu de dentro do prédio.

Dentro dos módulos, o espaço é o protagonista: os diretores queriam que as instalações fossem arejadas e que elementos como paredes, móveis e elementos decorativos não distraíssem a atenção do mais importante: as obras-primas.

Em uma superfície total de 28 mil metros quadrados, cada estrutura retangular responde a uma necessidade concreta: um deles é uma enorme sala de recepção dos visitantes (3.600 metros quadrados); outra, o auditório, com capacidade para receber 280 pessoas, e uma terceira, destinada a abrigar exposições temporárias.

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A primeira exposição temporária proposta pelo museu é intitulada Renascimento - Revoluções nas artes na Europa, 1400-1530, composta por mais de 250 obras divididas em 13 salas e entre as quais se destaca a Santa Ana, de Leonardo Da Vinci.

 

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