Louis Vuitton ensina a arte de viajar

A exposição L´art de traverser le temps traz 15 peças do museu da marca em Asnières, na França, que resumem a trajetória dos 148 anos da grife de acessórios

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Por Agencia Estado
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Ver de perto algumas das criações mais instigantes de Louis Vuitton, o artesão que transformou o ofício de fazer malas em criação de obras de arte de viajar. Essa é a chance rara proporcionada pela exposição L´art de traverser le temps, que traz pela primeira vez a São Paulo parte do acervo do museu da grife em Asnières, na França. A mostra, realizada na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, retrata os 148 anos de história da marca por meio de 15 peças selecionadas por Dominique Clemenceau, curadora do museu da grife. "Queremos mostrar para as pessoas que a Louis Vuitton não é uma marca nova, tem história, e para isso trouxemos itens excepcionais", explica Dominique. Entre os destaques da exposição está o primeiro baú com tampa criado por Vuitton em 1860, que revolucionou as bagagens para viagens de trem e de navio, já que resolveu o problema de espaço por poder ser empilhado. O famoso baú-cama, produzido em 1880 para o francês Pierre Savorgnan de Brazza para sua expedição ao Congo, é uma das preciosidades da mostra. "Esse baú é produzido até hoje sob encomenda", revela Dominique. Outra raridade é o baú-escritório desenvolvido em 1936 especialmente para o compositor Leopold Stokowski - e que também pode ser encomendado à fábrica. Há ainda o baú-sapateira, com espaço para 30 pares de calçados, e o baú-guarda-roupa. A mostra traz ainda os baús produzidos especialmente para carros - quando os automóveis ainda não tinham bagageiro. Essa é uma mínima parte do acervo do museu da Vuitton na França, aberto em 1989. Inicialmente, havia apenas peças originais da própria grife, resultado da coleção iniciada por Geston Vuitton, neto de Louis. Adepto de arte decorativa, Geston foi quem começou a colecionar itens e por mais de 20 anos reuniu as criações do avô no início do século. Em 1996, o museu recebeu uma nova leva de obras de arte em forma de malas e baús, que registram a história desde o século 14, com produtos de marcas variadas. A trajetória de Louis Vuitton se confunde com a evolução do ramo. Nascido em 1821, Vuitton foi a Paris em 1837 e em 1854 começava sua aventura como grife. Desde o princípio, Vuitton foi muito copiado e por isso começou a inventar estampas para evitar as falsificações. Em 1862 fez baús listrados. Em 1888 criou a tela Damier. Já a imagem do monograma, que identifica a grife em qualquer parte do mundo, foi desenvolvida por George Vuitton, filho de Louis, em 1892. E é sucesso até hoje. "A exposição tem um cunho educativo, já que reforça a tradição da marca", acredita Marcelo Noschese, diretor-geral da grife no Brasil. Só que é bom correr, já que a mostra fica no Brasil só até sexta-feira. Depois, segue para o Chile e Argentina. L´art de traverser le temps. Até sexta-feira, na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano (Av. Morumbi, 4.077, tel.: 3742-0077). Das 11h às 17h. Entrada: R$ 5.

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