Longa de Laís Bodanzky traz adolescentes 'de verdade'

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Por Igor Giannasi
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Eles têm espinhas, divertem-se com os amigos, se apaixonam, "ficam", brigam com os pais, postam suas experiências em blogs e não largam do celular. Ou seja, são adolescentes de verdade os que aparecem na tela do cinema. E aí é que está a graça do novo filme da cineasta Laís Bodanzky, "As Melhores Coisas do Mundo", com estreia programada para dia 16. O terceiro longa-metragem da diretora mostra as alegrias e conflitos de Mano (Francisco Miguez), um adolescente de 15 anos vivendo com intensidade todas "as primeiras vezes" - umas boas e outras nem tanto - que essa fase da vida reserva.O clima de primeira vez também acompanhou grande parte dos atores do filme, selecionados entre os participantes de oficinas realizadas em escolas de classe média de São Paulo e outros adolescentes que se inscreveram para o teste, totalizando 2.500 jovens interessados em participar da produção.Além do carismático Francisco, de 15 anos, também estrearam Gabriela Rocha e Gabriel Illanes, ambos de 16 anos, que interpretam os melhores amigos de Mano, Carol e Deco. O elenco com atores não profissionais contribui muito para o frescor do filme. "Era minha única opção, uma pessoa com a idade deles não tinha tempo de ter muita experiência", comenta Laís.Esse também é o primeiro trabalho como ator de Fiuk, nome artístico de Felipe Galvão, filho do cantor Fábio Júnior, protagonista da atual temporada de "Malhação" e vocalista da banda Hóri. Ele faz o sensível e apaixonado Pedro, um personagem que não costuma ser muito comum em programas televisivos voltados para o público teen. Entre os atores consagrados estão Denise Fraga, Zé Carlos Machado (pais do protagonista), Paulo Vilhena e Caio Blat.De verdade As conversas com os estudantes nos colégios ajudaram na elaboração do roteiro do filme, assinado pelo marido e parceiro dela, Luiz Bolognesi, que também escreveu os longas anteriores "Bicho de Sete Cabeças" (2000) e "Chega de Saudade" (2007). "Uma resposta bem comum que a gente ouvia é que eles adoram assistir a filmes feitos para adolescentes, gostam de todos os gêneros, desde os mais dramáticos ao mais besteróis", conta a diretora. "Mas eles ressaltavam assim: ''se vocês vão contar uma história que fala do nosso universo, tem que ser diferente de tudo o nós vemos e gostamos, se vão falar da gente tem de ser de verdade''."Desse processo, Laís concluiu que "adolescência é sempre adolescência" e não sentiu diferença nas situações vividas pelos jovens atuais com aquelas da sua geração. "Outro fator que aí sim me espantou é que hoje a tecnologia favorece para que eles vivam essas emoções com mais intensidade", comenta. "Não dá pra negar que o celular, a internet e os iPods intensificam essa fase da vida." Tanto intensificam que o uso desses instrumentos para disseminar o bullying (agressão física ou psicológica) entre os estudantes é explorado com destaque no filme.Ainda que totalmente focada no lançamento de "As Melhores Coisas do Mundo", Laís já tem em mente um próximo projeto, ainda embrionário: um filme infanto-juvenil sobre o saci. "Ainda vai demorar." Em compensação, no teatro, ela dirige uma peça já para o segundo semestre deste ano.

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