29 de maio de 2014 | 02h10
Mas a loira do momento na França não é Grace Kelly, é a Marine le Pen, depois da retumbante vitória da direita nas recentes eleições de representantes franceses no Parlamento Europeu. A vitória da direita só não retumbou mais porque não alterou a composição do parlamento francês, em que a Frente Nacional de le Pen tem escassa representação, não foi acompanhada por uma guinada para a direita tão radical no resto da Europa e todos sabem que a política francesa é ciclotímica, pula da direita para a esquerda e da esquerda para a direita com desenvoltura de macaco. De qualquer maneira, até avaliação eleitoral em contrário, a Frente Nacional é hoje o maior partido do país. Grande parte do seu sucesso se deve a Marine, mais simpática do que seu assustador pai Jean-Marie, e que conseguiu transformar um partido xenófobo, racista e antissemita numa opção política palatável, e vencedora.
Discute-se o que é mais perigoso, uma direita dissimulada com boa cara ou uma direita assumidamente carrancuda. O sucesso da loira Marine deve ser visto num contexto bem maior e menos simpático do que ela, de populismo reacionário, de revolta contra imigrantes e de antiesquerdismo primário. Um contexto que se alastra pela Europa toda e agora tem uma vendedora sorridente.
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