Livro traz 12 textos inéditos de Burle Marx

Reedição de Arte & Paisagem, do Studio Nobel, é acrescida de um ensaio e 11 conferências do paisagista, pintor, pensador e barítono frustrado

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Por Agencia Estado
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Para o paulistano Roberto Burle Marx (1909-1994), a função do paisagista era "comunicar às multidões um sentimento de apreço e compreensão pelos valores da natureza". Esse conceito de Burle Marx carregava dois requisitos: a "multidão", ou a intervenção em grande escala; e o valor, embutido nas grandes obras paisagísticas imagináveis pela mente criadora do homem. Nada lhe parecia impossível em paisagismo. Para que se possa conhecer parte desse legado filosófico desse importante artista brasileiro, está no prelo uma nova edição do livro Arte & Paisagem (Studio Nobel, 1987), acrescido de 12 textos inéditos do arquiteto, pintor, barítono frustrado e pensador da paisagem. Dois desses trechos inéditos, uma conferência e um ensaio, foram cedidos ao Estado para publicação (clique aqui para ler). A nova edição de Arte & Paisagem terá 240 páginas (originalmente, eram 104 páginas), nova programação visual (de Moema Cavalcanti) e maior formato. Poderá ser encomendado diretamente à editora, já que a tiragem é limitada - apenas 5 mil exemplares. "Na época, a primeira edição esgotou-se muito rapidamente", diz José Tabacow, colaborador de Burle Marx durante 17 anos e organizador de Arte & Paisagem. "Conversei com o Roberto e ele tinha a idéia de fazer uma segunda edição ilustrada, mas havia muitos outros projetos e fomos adiando, até que ele morreu", conta Tabacow, que hoje vive em Florianópolis. Carla Milano, publisher da editora Studio Nobel, resolveu que a nova edição seria acompanhada de fotos dos principais colaboradores de Marx, os fotógrafos Marcel Gautherot e Luiz Cláudio Marigo. Segundo ela, serão utilizadas principalmente fotos originais. "Os jardins são muito modificados, e nós queremos mostrar o jardim como ele o imaginou", afirmou. "Agora, quando ele fala de um determinado conceito, a gente mostra com foto ou ilustração do que ele fala", diz Tabacow. A primeira edição trazia apenas desenhos em preto-e-branco e era deficiente nesse aspecto.

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