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Livro sobre Waltércio Caldas é lançado esta semana

Por Agencia Estado
Atualização:

A obra de Waltércio Caldas parece ganhar um pouco mais de tangibilidade, quando vista em conjunto, reunida na bela, grossa e cara publicação que a editora Cosac & Naify lança terça-feira à noite, na Livraria Fnac, em São Paulo, e quarta-feira, na Argumento, no Rio. Essa antologia, que reúne imagens de mais de 150 obras e uma pensata do crítico Paulo Sérgio Duarte, comentando de maneira ampla o trabalho de Caldas evidencia a grande coerência existente numa obra tão variada. Numa bem-sucedida diagramação, texto e imagem intercalam-se, narrando, textual e imageticamente, o percurso do artista, o livro vai, pouco a pouco, descortinando os vários aspectos dessa trajetória, iniciada em 1967, com uma exposição coletiva de desenhos. O maior defeito é o preço (R$ 220), mas, na noite do lançamento paulistano, será dado 20% de desconto. Delineando conteúdos a partir de meras sugestões de forma, definindo planos e profundidades com tênues linhas de lã coloridas, ou buscando na história da arte elementos desencadeadores de uma reflexão contemporânea sobre o discurso artístico, Caldas propõe uma série de charadas perceptivas, pequenos desafios intelectuais e sensoriais, que nos atingem ao iludir, ludibriar ou encantar os sentidos. Como diz Paulo Venâncio Filho em texto republicado no belo catálogo recém-lançado por ocasião da retrospectiva de Caldas no Rio - o que faz com que o artista tenha ganhado duas publicações importantes sobre o trabalho, num curto intervalo de tempo -, há na obra uma lógica do olhar. "O trabalho pensa o invisível, mas o invisível não existe." É só observar obras como "Como Funciona a Máquina Fotográfica?", que parece pôr o mundo em suspensão, borrar as noções de tempo e espaço para nos fazer pensar. Einstein também é uma aula absolutamente silenciosa e sintética da relatividade. Outra característica marcante da produção de Caldas é a indiscutível natureza de escultor dele (perceptível até mesmo nos desenhos, que "escapam dos olhos como água entre os dedos") e a economia formal das peças, como a bela escultura instalada na frente do Itaú Cultural, na Avenida Paulista, em São Paulo, que não apenas sugere, mas constrói o volume de um vaso a partir de uma delicada e contínua linha de metal. Waltércio Caldas. De Paulo Sérgio Duarte. Editora Cosac & Naify. 308 páginas. R$ 220,00. Terça-feira, às 19 horas, Fnac. Rua Pedroso de Moraes, 858, São Paulo, tel. (0xx11) 3097-0022.

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