Livro homenageia Marcantonio Vilaça

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Por Agencia Estado
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De Marcantonio Vilaça ficou a impressão de que todo o seu esforço de galerista foi concentrado para divulgar e defender a arte brasileira, principalmente, no exterior. Mas, além disso, o galerista, que morreu precocemente de enfarte, na passagem do ano de 1999 para 2000, no Recife, sua cidade-natal, também reuniu uma coleção particular com os principais artistas contemporâneos. A partir desse acervo, a Cosac & Naify editou o livro Marcantonio Vilaça, que será lançado amanhã, às 18h30, na Livraria Cultura. A edição conta com imagens das obras de sua coleção bem como com textos de seus pais, o ministro Marcos Vinicios Vilaça e Maria do Carmo Vilaça; do historiador Paulo Herkenhoff; da crítica Angélica de Moraes; e do historiador português Alexandre Melo. Como descreve Paulo Herkenhoff, "para Marcantonio a arte era a coisa mais importante da vida - exceto a vida mesma como tecido afetivo". O historiador conta que esse gosto pela arte começou cedo - aos 15 anos Marcantonio comprou sua primeira obra: uma xilogravura do pernambucano Gilvan Samico. Desde então, não parou. "No fim dos anos 80, talvez ninguém houvesse reunido uma coleção que melhor representasse a arte brasileira da década do que aquele rapaz com menos de 30 anos de idade", continua Herkenhoff. Mas o livro não se concentra só no lado colecionista de Marcantonio. Os textos esboçam características pessoais do galerista além de reforçarem todo o esforço feito para divulgar, no exterior, os artistas que sua galeria, a Camargo Vilaça, representava. Fica claro que o marchand foi uma das figuras centrais do processo de internacionalização da arte do País, seja fazendo parte do conselho da Arco, feira de arte de Madri, seja participando de tantas outras do mundo. Às vezes viajava três vezes por semana ao exterior. E de seu jeito fica a impressão de que Marcantonio era solitário, um pouco infeliz, e que já estava um pouco cansado do ritmo acelerado. "O excesso, a vida além dos limites das forças, a existência queimando e cortando com a voracidade da chama de acetileno à plena pressão, tudo isso livrou-o das rugas. O desencanto e a rotina não o alcançarão jamais", finaliza Angélica de Moraes. Marcantonio Vilaça. De Marcos Vinicios Vilaça, Paulo Herkenhoff, Angélica de Moraes e Alexandre Melo. Editora Cosac & Naify. 336 páginas. R$ 140,00.

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