
08 de outubro de 2009 | 16h53
Você já viu um colega levar o crédito por uma ideia sua, já foi acusado de ser emotivo demais, de levar as brincadeiras muito a sério ou é interrompido com frequência numa reunião?
A maioria das mulheres responderá sim a tais situações, dizem as autoras de Code Switching: How to Talk So Men Will Listen ("Mudança de código: Como falar de forma que os homens escutem", na tradução livre), um livro novo sobre a comunicação, ou a ausência dela, entre homens e mulheres.
Homens e mulheres comunicam-se de forma diferente, dizem as autoras Claire Damken Brown e Audrey Nelson, em estilos impostos desde o nascimento e profundamente arraigados na estrutura do mundo do trabalho.
Elas propõem uma "mudança de código", descrita por elas como o uso do conhecimento de mais de uma cultura e de uma língua para se comunicar.
"É um guia de turismo, de certa forma, para outro país com outra cultura", disse Nelson numa entrevista à Reuters sobre o livro, editado nos Estados Unidos pela Alpha Books.
As diferenças de estilo entre homens e mulheres criam uma constante "lacuna de credibilidade", onde as mulheres ganham menos autoridade e poder que os homens, escrevem elas.
"A maior queixa que me fazem há 30 anos de mulheres de todos os níveis, em todas as profissões, é: 'Como faço os homens me levarem a sério?'", afirmou Nelson. "Esse livro é para fazer uma ponte nessa lacuna de credibilidade."
Os homens perderam cerca de três quartos dos empregos durante a recessão, mas a existência de mais mulheres no local de trabalho não necessariamente traz uma mudança, dizem as autoras.
"Há mais de nós...mas não assuma que, porque uma pessoa é mulher, ela está do nosso lado", afirmou Nelson.
"Há uma série de mulheres aí que ainda são felizes em servir os homens, que não querem perturbar o equilíbrio da situação, que não têm habilidades assertivas e não as querem."
Diferenças de gênero
Os sinais das diferenças de gênero estão por toda parte, escrevem elas. As mulheres pedem mais desculpas que os homens, desempenham o papel de "mãe de plantão" em quem todos confiam e dão mais opiniões subjetivas.
Os homens contam mais piadas, mas as mulheres riem mais delas. Os homens querem soluções para os problemas, enquanto as mulheres tentam compreender os problemas, e os homens gostam de ser o advogado do diabo, enquanto as mulheres querem ajudar para que todos entrem em acordo, afirmam elas.
Mesmo nos e-mails, os homens gracejam e escrevem mensagens curtas e diretas, enquanto as mulheres compartilham informações pessoais e manifestam apreço e apoio em mensagens mais longas, dizem as autoras.
Brown vem do mundo corporativo, onde trabalhou em empresas como a AT&T e Lucent Technologies, enquanto Nelson é uma experiente consultora da área de comunicações.
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