
31 de março de 2011 | 10h42
Em Portugal, ainda, no fim da década de 1940, Fernando Lemos (nascido em 1926) começou a fotografar, criando o que muitos consideram um dos ramos mais prolíficos de sua trajetória. A partir daquele momento, o do movimento surrealista português, "ele foi ímpar em saturar o real por meio da sobreposição de fragmentos do próprio real", já definiu o crítico Paulo Herkenhoff. É famoso o autorretrato do artista (1949/52), em preto e branco - no qual se faz uma nuvem sobre sua cabeça (e na fumaça se misturam uma faca, cartas, uma lâmpada e papéis) -, como também os retratos de seus amigos intelectuais - como a poeta Sophia de Mello e o pintor Vespeira. No Brasil, também, Lemos continuou fotografando e, assim, podemos ver nesse novo livro belos retratos das escritoras brasileiras Hilda Hilst e Lygia Fagundes Telles e dos artistas Hércules Barsotti e Willys de Castro (todos de 1954/55), por exemplo.
Mas "Fernando Lemos - Percurso" abre mais o leque de visadas pela obra do artista. Como escreve a historiadora de arte Margarida Acciaiuoli em texto presente no livro, ocorre sempre o risco de se entender a fotografia como a "criação suprema da obra" desse artista. Como ele mesmo afirmou em 2010, "a criatividade, no fundo, é a única salvação do homem". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fernando Lemos - Percurso - Editora: Bei (300 pág. R$ 150). Livraria Cultura. Av. Paulista, 2.073. Tel. (011) 3170-4033. Hoje, 18h30.
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