Livro cataloga obras de Inimá de Paula

O volume, a ser lançado em julho, contém reproduções de 1.480 obras, cerca de 40% do total produzido pelo pintor

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Fundação Inimá de Paula deve lançar no início de julho o livro Obras Catalogadas de Inimá de Paula, com reproduções de 1.480 obras do artista mineiro, ou cerca de 40% de sua produção. As obras somente foram reproduzidas depois que sua autenticidade foi comprovada pela fundação, que emitiu um certificado para cada uma delas. O livro vai ter 572 páginas em cores e acabamento de luxo. Cada página mostrará três pinturas do artista reproduzidas em proporção aos tamanhos reais. O trabalho de catalogação começou em 1998, quando Inimá de Paula ainda estava vivo. O pintor orientou pessoalmente os diretores da fundação a reconhecer uma obra sua, e confirmou a autenticidade de cerca de mil quadros que lhes chegaram às mãos. Antes de morrer, em agosto de 1999, Inimá registrou um documento em cartório autorizando a diretoria da fundação que leva seu nome a conferir certificados de autenticidade sobre sua obra. "O próprio Inimá mostrou a diferença entre quadros verdadeiros e falsos", diz Murilo de Castro, diretor da Fundação Inimá de Paula, que tem sede em Belo Horizonte. Diferentemente de outros projetos de catalogação de obras de outros artistas brasileiros, a Fundação Inimá de Paula preferiu lançar um livro com apenas parte da obra catalogada. "Serão feitos suplementos quando a catalogação recomeçar", informa Murilo. A fundação suspendeu a catalogação para editar o livro, mas pretende recomeçar o trabalho no segundo semestre deste ano. Outros projetos seguiram caminhos diferentes. O Projeto Alfredo Volpi editou o material catalogado apenas em CD-ROM, mas continua trabalhando. O Projeto Portinari até hoje não publicou o que já tem catalogado sobre Cândido Portinari. Além deles, foram feitas catalogações de José Pancetti, em 1978, e Tarsila do Amaral, em 1975. "O catálogo de Inimá de Paula é o mais completo já feito no Brasil", diz o presidente da Associação Brasileira dos Críticos de Arte, José Roberto Teixeira Leite. Ele não participou da catalogação, mas foi convidado a escrever a introdução do livro. Segundo ele, um catálogo das obras de um artista nunca é completo, mas pode chegar bem perto disso. "No caso do Inimá, pelo menos 95% das obras estarão lá, mas, normalmente, muitas obras ficam esquecidas em mãos de particulares", diz. Mesmo reconhecendo a utilidade de um catálogo para os leilões, ele prefere ressaltar que sua importância "é maior para a história da arte". A Fundação Inimá de Paula optou por convencer os proprietários de obras do pintor mineiro a catalogar suas obras. "Tornou-se um projeto de adesão", diz Murilo de Castro. Ele conta que em torno de 600 proprietários de obras, entre colecionadores e instituições, procuraram a fundação para catalogar, recebendo em troca o certificado de autenticidade. Foram cobrados R$ 200 de particulares, para custear a reprodução (foram feitas três fotos de alta definição de cada obra), enquanto instituições públicas não pagaram nada. A fundação estima que o total da obra de Inimá de Paula chegue a cerca de 3.500 unidades, entre pinturas, desenhos e trabalhos de técnica mista. Ao lado de cada reprodução, o livro vai trazer informações sobre a técnica usada, as medidas do original, a data (precisa, quando possível, ou estimada), o local da assinatura na tela e o título. Todas as épocas da produção do artista estão representadas no catálogo. A obra mais antiga é de 1938, quando Inimá tinha 20 anos, e a mais recente é de 1998. Obras Catalogadas de Inimá de Paula, que vai ter 572 páginas e capa dura, será lançado em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza, e custará R$ 390. A tiragem inicial é de mil exemplares.

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