PUBLICIDADE

Letícia Spiller fala de suas afinidades culinárias

Por Agencia Estado
Atualização:

Letícia Spiller volta ao ar em Sabor da Paixão após recusar papéis centrais na minissérie Os Maias e nas novelas O Clone e Coração de Estudante. Estava afastada da tela por dedicação total à peça O Falcão e o Imperador, montagem baseada em Ascese Os Salvadores de Deus, do escritor grego Nikos Kazantzakis, e em poesias do persa Jalalludin Rumi, do século 13. Estudou o texto durante dois anos. Para livrar-se da careca "raspou os cabelos para fazer Jacobina, uma líder revolucionária de uma seita religiosa no filme A Paixão de Jacobina, de Fábio Barreto, que estreou sexta-feira em São Paulo, fez alongamento dos fios. Está com o corte à chanel e franjinha, sob encomenda para Diana, a heroína da nova novela das 6. Letícia já foi paquita no Xou da Xuxa, fez a bonitona Babalu em Quatro por Quatro (1994) e alcançou a glória ao ver as maldades de sua Maria Regina (Suave Veneno, 1999) imitadas por Maria Paula no Casseta & Planeta. "Acho que Sabor da Paixão vai pegar porque é leve", ela diz. Em cena, entre queijos, vinhos e temperos diversos, Letícia fará par romântico com Luigi Baricelli. E, entre uma gravação e outra, conversou com o Estado. Como será a Diana? Será muito alegre, leve e, principalmente, divertida. Isso porque será atrapalhada. Viverá situações inusitadas, bem ao estilo conto de fadas. Como conhecer o homem da sua vida por causa do seu sapato que cai na cabeça dele. Vai ser um novelão com comédia e adoro quando posso puxar o personagem para esse lado mais cômico. Conte um pouco da viagem a Portugal. Fomos para Porto e Douro. Ficamos na Ribeira, o bairro mais famoso e antigo de Porto. É lindo, as casinhas estão superpreservadas... É como se fosse a Lapa de lá. Douro me chamou a atenção pela calma e paz. Toda a região é formada por videiras. O Rio Douro é grande e abastece as plantações. As raízes descem muito até chegar a água, formando uma paisagem maravilhosa. Já conhecia Portugal? Tinha ido para Sintra e Lisboa. Não conhecia essa região. Ficamos uns 15 dias na primeira fase de gravação. Pena que não deu para curtir. No Douro, só meditava e gravava. No Porto descontraí um pouquinho. Mas acho que ainda não consegui provar aquela comida típica portuguesa. Gosta de vinho? Qual é a sua bebida favorita? Gosto de vinho suave, mas não tomo com freqüência. Gosto mesmo é de água-de-coco. Bebidas alcoólicas só em ocasiões específicas. Na novela você vai ter um restaurante. Será uma chef? Poderá ir para esse lado porque o pai da Diana terá esse dom. Gostará de cozinhar para a família e será dono de um bar na Lapa. Talvez ela descubra essa nova vocação. No início, lidará com a administração e a contabilidade de um restaurante que montará com a amiga Rita (Maria João Bastos). Você já fez uma chef em ?Zazá?. Qual a diferença entre os dois papéis? Em Zazá era diferente. Tinha a ver com a culinária francesa. Conheci uma grande amiga, a Ana Castilho, dona do restaurante ?Aprazível? por causa da novela. Foi ela quem me deu aulas para o personagem e foi quando tomei gosto maior pela cozinha. Sabe cozinhar? Se eu disser que cozinho bem vai ser muita pretensão. Meus dois irmãos, o Eduardo e o Luiz Carlos, cozinham por hobby. Eu também gosto de me arriscar no fogão, com as panelas. Às vezes faço um cuscuz marroquino bem gostoso. Quem cozinha para você no dia-a-dia? O Eduardo, mas não o meu irmão. Ele faz faculdade de gastronomia na Estácio de Sá e trabalha aqui em casa. Quer dizer, faz um estágio aqui... (risos) E o seu namorado? Cozinha bem? O Fernando (Fando Tietzmann, produtor de cinema, que ela conheceu na filmagem de ?A Paixão de Jacobina?) me ajuda quando a gente está junto. Mas a mãe dele é quem cozinha muito bem. Tem um livro de receitas que estou de olho há tempos... Estou tentando convencê-la a me dar de presente. Você faz regime constantemente ou come de tudo? Como bastante e, quando preciso, faço regime. Mas não é nada radical. Elimino principalmente os doces. Na época que era a paquita tinha maior preocupação? Tinha essa exigência de estar magra. O que fez para se preparar para Diana? Fiz cursos sobre vinhos além de um laboratório na Lapa. A Diana será uma pessoa alegre, que gosta de dançar, e a Lapa tem boa música, uma ebulição artística genial. Na verdade, meu laboratório já estava sendo feito há tempos. Sou freqüentadora do bairro. O Zé Paulo Becker, do Trio Madeira Brasil, e os músicos do Abraçando o Jacaré, que se apresentam no Bar Semente, são meus amigos. Quando estou lá, me encontro, encontro vida, movimento... Por que ficou tanto tempo longe da TV? Não fiquei tanto tempo assim. Foram dois anos. A Aracy Balabanian ficou seis anos. Essa fase foi importante para mim. E o público pode ver um outro lado meu. Foi no teatro que despertei para a minha vocação. Não quero ser só atriz de TV. Nem só de uma coisa nem de outra. Quero fazer tudo. Como te completam? O teatro me dá mais autonomia para dizer o que quero. O retorno é imediato, uma troca mágica que existe naquele momento. A TV me traz mais esse reconhecimento das pessoas, afinal estamos na casa delas todos os dias. E o cinema tem um linguagem diferente, que eu amo. Também tem uma única história, bem aprofundada, e pode contar um pouco da nossa história, como A Paixão de Jacobina. Assistiu às novelas que recusou? E "O Clone"? Não. Mas fiquei muito feliz porque gosto da Giovanna Antonelli. Acho que é uma ótima atriz. Não me arrependo. Outros papéis virão, como a Diana. Essa novela vai pegar. É leve e acho que as pessoas estão precisando disso. Essa novela tem ganchos muito bons, é humana. Novela, para mim, é sonho. O que vê na TV? Não curto ver TV. Trabalho pra caramba e tenho de cuidar do meu filho. Prefiro ler um livro, ver um filme, estudar. Assisto a telejornais, gosto da GNT, Canal Brasil, documentários e filmes na TV. Tem tempo para o filho, Pedro? Tenho de ter. Adoro fazer as coisas mais simples de mãe. Levar na escola, brincar, colocá-lo para dormir. Ele é muito esperto, atento e alegre.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.