26 de julho de 2013 | 12h14
Na exposição estavam, entre outras obras, a do Cristo crucificado sobre um bombardeiro norte-americano (A Civilização Ocidental e Cristã, 1965), quando os EUA enviaram tropas para sustentar o governo do Vietnã do Sul. Além dele, Ferrari expôs Virgens em garrafas de vidro e uma collage da cantora Madonna nua diante do papa João Paulo II, além de embalagens de preservativos com a imagem do Sumo Pontífice. Ferrari não deixou o futuro papa Francisco sem resposta, justificando o ataque anticlerical pelos "delitos cometidos pela Igreja na Argentina e em outras partes". Em tempo: Ferrari teve um de seus três filhos, Ariel, sequestrado pela ditadura militar.
Partindo da Argentina com a família, ele desembarcou em São Paulo em 1976 e aqui viveu por 14 anos, até 1991, deixando, ao partir, duas netas, Florencia, que é diretora editorial da Cosac Naify, e a arquiteta Anna. Era um homem reservado, quase tímido, silencioso, que em nada lembrava o estrondoso barulho que sua arte provoca em toda parte - e ele expôs nos principais museus e mostras internacionais, da Bienal de Veneza, onde ganhou o Leão de Ouro em 2007, ao Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), onde dividiu espaço com trabalhos de Mira Schendel, na exposição Tangled Alphabets (2009).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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