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Leilão no Copacabana tem Portinari e Guignard

Segundo pregão no ano da Bolsa de Artes, no Copacabana Palace, reúne obras do acervo particular de Samuel Malamud, entre elas o óleo Cangaceiro, de 1955, de Portinari, e desenhos de Guignard feitos sob encomenda

Por Agencia Estado
Atualização:

O segundo leilão da Bolsa de Artes deste ano, nesta terça-feira no Copacabana Palace, com pregão de Evandro Carneiro, terá seus 137 lotes divididos em dois grupos. Um deles com 50 obras, é formado pela coleção particular de Samuel Malamud, líder sionista que morreu no início deste ano e acumulou durante a vida obras de modernistas como Emeric Marcier, Alberto Guignard e Cândido Portinari, seus amigos pessoais. "É um acervo formado em função da afetividade e valorizado pelo fato de que quase todos os quadros foram comprados diretamente do autor", observa o presidente da casa de leilões, Jones Bergamin. O outro grupo, com 87 lotes, foi obtido normalmente entre colecionadores e o destaque é a quantidade de desenhos e quadros tendo a paisagem carioca ou motivos da cidade como tema. O futebol, as praias, o carnaval e cenas urbanas são retratados por artistas tão variados como Djanira, Roberto Magalhães, Di Cavalcanti e Carybé. "Foi coincidência porque fazer um leilão é como sair com barco para pescar, aparece todo tipo de peixe", compara Bergamin. "Conseguimos obras importantes que estão estimadas muito abaixo do valor normalmente negociadas no mercado." Entre as paisagens cariocas está Hotel Glória, óleo sobre tela de Djanira (avaliado entre R$ 20 mil e R$ 30 mil), e o óleo sobre tela Morro, de Portinari (entre R$ 220 mil e R$ 270 mil). Fora do tema, o presidente da Bolsa cita o óleo sobre tela Mesa com Carretéis, o primeiro de uma série de Iberê Camargo, feito em 1959 (entre R$ 80 mil e R$ 120 mil), um Jarro com Flores, de Anita Malfatti (óleo sobre tela, de 1925, avaliado entre as mesmas cifras) e, principalmente, o desenho a nanquim Noite no Bairro Operário, de Di Cavalcanti. "Anita prima pela perfeição de formas, e o Di alia o tema social a essa qualidade", ressalta Bergamin. Desenhos e pinturas de Portinari são os destaques também no acervo de Samuel Malamud. Há, até, um cartão de Natal com os três reis magos, feito em 1956, com dedicatória do artista para o colecionador (avaliado entre R$ 8 mil e R$ 12 mil) e o óleo sobre tela Cangaceiro, de 1955 (entre R$ 250 mil e 350 mil). Confirmando a tendência de valorização das obras em papel, há ainda desenhos de Guignard (com preços variando entre entre R$ 1 mil e R$ R$ 5 mil, cada), todos feitos por encomenda de Malamud. Segundo um de seus numerosos descendentes, a família decidiu leiloar parte da coleção para facilitar o inventário. "Entre as obras de artistas estrangeiros, o quadro mais importantes é o óleo sobre tela La Famille Nobreuse, da portuguesa Maria Helena Vieira da Silva, pintado na pensão Mauá, um reduto de artistas refugiados no Rio durante a 2.ª Guerra Mundial", explica Jones Bergamim, que o avaliou entre R$ 350 e R$ 450 mil.

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