Leilão de arte asiática indica otimismo moderado com a China

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Por JAMES POMFRET
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A casa de leilões Christie's arrecadou o equivalente a 351,7 milhões de dólares em um leilão de vinhos, joias e arte asiática em Hong Kong, num resultado que contraria as incertezas econômicas envolvendo a zona do euro e a China. Os lotes de pinturas chinesas, junto com trabalhos com pinceladas clássicas e obras asiáticas do século 20, apresentaram um desempenho sólido, com mais de 90 por cento das peças vendidas. Já a venda de porcelanas chinesas só teve bons lances em peças que, por questões de raridade, qualidade ou procedência, eram consideradas superiores. Cerâmicas e outros objetos chineses também tiveram lances irregulares. O principal lote, uma bacia azul e branca da dinastia Yuan (1279-1368), saiu por 3,8 milhões de dólares, bem menos que os 26,7 milhões de uma tigela da dinastia Song vendida em abril pela concorrente Sotheby's em Hong Kong. "Há um grau de conscientização sobre os preços, e algum elemento especulativo que pode ter existido no mercado há dois anos foi reduzido... Acho que esse é uma mercado bastante real", disse Jonathan Stone, diretor internacional de arte asiática da Christie's. Num momento em que se prevê a maior desaceleração economia na China em 13 anos, a Christie's se disse satisfeita com os resultados em Hong Kong, onde os leilões semestrais servem de termômetros para o mercado asiático e chinês de artes. "Não parece tanto que as incertezas econômicas gerais em vários lugares tenham tido tanto impacto sobre as vendas", disse Stone à Reuters. A ascensão dos milionários chineses fez de Hong Kong o terceiro maior polo dos leilões de arte, atrás de Nova York e Londres, mas algumas casas de leilões em Pequim --como Poly International, China Guardian e Council-- acabaram com a hegemonia que a Sotheby's e a Christie's exerciam no mercado local. "Os colecionadores chineses não têm mais a mesma energia. Há menos objetos saindo por mais de 10 milhões de dólares de Hong Kong (1,3 milhão de dólares norte-americanos). Em 2010 e 2011 foi loucura, mas esfriou", disse Joey Low, que negocia cerâmicas em Hong Kong. O leilão da Christie's é parte de uma festa primaveril das artes na ex-colônia britânica, o que inclui vernissages, outros leilões, feiras de antiguidades e o evento de arte contemporânea ART HK.

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