Já o outro útero que sempre me protegeu – este sim, onisciente, onipresente e onipotente – eram a Mamãe e o Papai, as pessoas mais inesquecíveis que conheci na vida. deviam ser um útero feito daquele material do qual só a caixa preta dos aviões é fabricada. tudo sabiam, tudo podiam, tudo pensavam e acredito que eram capazes até de adivinhar todos os meus pensamentos, os mais íntimos, mesmo sem o conhecimento da cabala e sua devida manipulação das letras sagradas. Seriam meus pais seguidores de tzinacan e conheceriam a escrita de Deus? Seriam eles personagens literários? Fantasia? Realidade? Realismo fantástico?
Ainda outro útero me protegia. Ou deveria me proteger. Era bem maior, mais amedrontador e compartilhado com muitas outras pessoas: a escola judaica."