27 de abril de 2011 | 00h00
Os depoimentos mostram mães preocupadas com o futuro de suas filhas. É justamente o sentimento de continuidade que norteia o interesse de todas as autoras, algo que se torna ainda mais especial quando uma mulher gera outra.
É esse aspecto que interessou o crítico literário e escritor Davi Arrigucci Jr., autor do prefácio no qual utiliza um verso de Apollinaire, "mães filhas de suas filhas", para mostrar o quanto as mães devem às próprias filhas. "E o quanto se sentem como um ponto de um círculo maior, reversível e ilimitado, que se aproxima vertiginosamente do mistério da existência e ao que há de mais fundo na natureza", escreve.
Dos relatos, o de Marina Silva talvez seja um dos mais fortes, pois relembra o nascimento de Shalom, em 1981, quando a atual senadora, desempregada, foi registrada no hospital como "indigente". Durante o parto, ela sofreu uma queda pressão, o que quase matou a menina. E, na primeira amamentada, Marina temeu que tivessem trocado a filha, pois tinha visto uma garota de pele escura - na verdade, Shalom tinha nascido arroxeada, por conta da confusão.
COISAS DE MÃE PARA FILHA
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