Legado de Willys de Castro será catalogado

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Por Agencia Estado
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"Pluri" e "ativo", expressões que Willys de Castro usava para designar os objetos que criava, são termos que também se aplicam à sua trajetória. Nascido em Uberlândia (MG), em 1926, Castro atuou em São Paulo, sobretudo nos anos 50 e 60, onde tornou-se um dos principais nomes da pintura abstrata geométrica. Morto em 1988, seu legado aguardou até agora catalogação, mas ela enfim será empreendida, com apoio da Fundação Vitae. Adepto da mistura de linguagens - é um dos fundadores do movimento Ars Nova - , foi também designer, co-fundador da Revista de Teatro, cenógrafo, figurinista, produtor do Teatro de Arena e do Cultura Artística, barítono e compositor. "Ele era um homem moderno com um projeto moderno: romper as estruturas que separam as linguagens", diz a museóloga e pequisadora paulistana Marilúcia Bottallo. Há cerca de um ano Marilúcia deparou-se com o acervo de Willys de Castro, em poder do Instituto de Arte Contemporânea (a ser inaugurado em breve no prédio da Universidade de São Paulo situado na R. Maria Antônia). "O material é de uma riqueza extraordinária", anima-se Marilúcia, que se dispôs a organizar e catalogar todas as peças e documentos que compõem o acervo para disponibilizá-lo ao público. Nisso consiste o projeto Willys de Castro - Inventário de um Arquivo Pluri e Ativo, que rendeu à pesquisadora a Bolsa Vitae de Artes, categoria Artes Visuais, no valor de R$ 2,8 mil, durante 12 meses. "Darei ao material tratamento de arquivo para que, mais tarde, se torne acessível ao público", diz Marilúcia, explicando que, depois de ser devidamente organizado e avaliado, o acervo poderá gerar exposições. Outro produto resultante da catalogação do material será o inventário crítico: a produção de um texto que analisa os ítens catalogados.

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