
07 de setembro de 2010 | 00h00
Separada de seus parceiros, Lauryn Hill iniciou brilhante carreira-solo. Em 1998, quando tinha só 22 anos, ela lançou o disco Miseducation of Lauryn Hill, que foi um arraso. Estabelecia um novo patamar para o música pop. Teve 11 indicações para o Grammy, levou 5 prêmios. Ficou tão estelar que começou com esquisitices. Em 2007, veio pela primeira vez ao País, instaurando uma "regra" de atrasos que chegavam a duas horas.
No Brasil, negou-se a dar entrevista à TV Globo, rejeitou um hotel 5 estrelas na Barra da Tijuca para hospedar-se no Vidigal. Dizia que a Tijuca era lugar de "gente de embaixadas e cônsules, só bundões". Veio tocar em São Paulo, no HSBC, e, de volta ao Rio, armou um ensaio em um dos salões do hotel. Lauryn ensaia exaustivamente com sua banda antes de cada show, e é perfeccionista - só de teclados, trouxe 16 instrumentos.
"Ela é geniosa e genial", disse um dos produtores que a acompanharam na época. "É como se fosse uma Nina Simone de 30 anos." Numa festa da MTV, David Bowie a apresentou dizendo que ela "pertence à linhagem dos artistas que iniciam revoluções". A cantora nasceu em South Orange, New Jersey, em 1975. É doida, mas atenta. Ouviu o disco Kaya N"Gan Daya (2001), de Gilberto Gil, e elogiou os arranjos. "É reggae à moda brasileira. O reggae que faço também não é jamaicano, é americano. Ninguém consegue fazer reggae como na Jamaica", afirmou (é casada com um dos filhos de Bob Marley).
Seu retorno, hoje, no palco do Credicard Hall, é uma incógnita: volta a artista visionária ou a messiânica? Ela ainda canta em Belo Horizonte (sexta, no Chevrolet Hall) e em Brasília (no domingo, no Iate Clube).
LAURYN HILL
Credicard Hall. Av. das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro,
tel. 4003-6464. Hoje, às 21h30.
R$ 100/R$ 250.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.