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Laura Vinci explora estados da matéria

Estados será aberta no domingo, no CCBB, explora os três estágios da matéria: mármore em pedra e pó, no terceiro andar; vapor e água, no saguão; e gelo, no subsolo

Por Agencia Estado
Atualização:

Partindo da idéia de que o "espaço é um corpo e a escultura é outro e, desse modo, eles ficam brincando ou se debatendo", a artista Laura Vinci produziu as obras da exposição Estados, que será aberta no domingo, no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo (CCBB). Com curadoria de Marcello Dantas, a mostra ocupa o subsolo, o saguão central, e o terceiro andar do local, que pela primeira vez abriga a exposição de uma mulher. De uma forma bem sintética, Estados explora os três estágios da matéria - sólido, líquido e gasoso. Mármore - pedra e pó -, no terceiro andar; vapor e água, no saguão; e gelo, no subsolo. "Mas, na verdade, estou mexendo com a transformação da matéria", diz a artista. "A pedra, de certa maneira, já foi areia e a areia será pedra um dia", a água guardada nas bacias de vidro são aquecidas, e assim por diante. Sobre seu trabalho no terceiro andar, Laura colocou pó de mármore e algumas peças do material em estado bruto. Segundo a artista, essa obra é uma resposta à série Portas de Ar, de 1999, que reunia peças de mármore afundado. "Era como se o espaço empurrasse a matéria e criasse concavidades". Agora, o espaço é corpo e as peças querem empurrá-lo. "E o pó serve para imprimir esse movimento", explica a artista. Já o saguão do térreo foi ocupado por várias bacias de vidro que contêm água. "O vidro não é sólido, mas um líquido duro que, pela transparência, se funde com a água." Fios de cobre que saem do terceiro andar, levam energia para os aquecedores instalados em alguns dos recipientes colocados no térreo, processo para formar o vapor. "Mesmo que seja criado um certo calor no ambiente e uma maior umidade no ar, a idéia não é gerar sensações físicas nas pessoas e, sim, criar um estado de olhar", afirma. E, por fim, o subsolo abriga um trabalho pensado "milimetricamente" para o local. Caixas de lata que circundam a sala trazem um texto sobre "um líquido que passa e que volta" criado pela artista. "Penso a linguagem como passível de transformação. A língua é um agente móvel", diz Laura. Para a instalação, canos de cobre formam um sistema de circulação de água pelas caixas mantidas a temperaturas bem baixas que variam de 5 a 7 graus negativos. Assim, os pedaços de texto congelam, depois, descongelam, e o movimento de transformações não cessa. Serviço - Laura Vinci. De terça a domingo, das 12 às 18h30. Grátis. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112, São Paulo, tel.,3113-3651. Até 7/4.

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