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Kiko Loureiro está no estúdio com o Megadeth

Recém-anunciado como integrante da banda, ele já grava disco

Por Jotabê Medeiros
Atualização:

Em 1991, o brasileiro Kiko Loureiro chegou ao Rock in Rio mais cedo para ficar na primeira fila do show do grupo Megadeth, de quem era fã. Ele queria checar a performance do guitarrista Marty Friedman, então o titular do grupo. Na terça, 21 anos depois, Loureiro chegou a Nashville já ocupando o lugar que foi de Friedman, o de novo guitarrista do Megadeth, e está no estúdio trabalhando com o grupo no 15º álbum da banda, que tem 32 anos de carreira. Ele chegou a Nashville, onde vive o líder da banda, Dave Mustaine, na terça, e integrou-se ao time que ele considera a "Premier League" do metal. Loureiro, que mora em Los Angeles há 2 anos e meio, já vive as delícias e as agruras do estrelato: ontem, tinha agendado entrevistas com alguns jornalistas para falar de sua nova aventura, mas teve de suspender todas. Motivo: antes, era preciso pedir autorização ao manager do Megadeth. É o mundo do rock profissional. Ele falou ao Estado por telefone, tentando achar um lugar adequado no meio da ventania - havia um tornado a caminho do Tennessee.

A nova formação do Megadeth, com Kiko. Foto: Divulgação

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Kiko Loureiro não é um zé mané qualquer: é um dos 10 guitarristas que tem instrumentos de assinatura da Ibañez (ao lado de Steve Vai, Joe Satriani, Pat Metheny e outros). Mas está consciente de que esse é um salto gigante. "É uma banda que tem uma história enorme, e vou enfrentar uma cobrança grande dos fãs. Tem que estar pronto para a pressão", disse. "Mas o que me traz aqui é a minha história. Eu tenho habilidade para tocar as músicas deles. É uma banda de trash metal que se alinha entre os 'big four', mas que também tem um lado prog, que tem um lado mais sofisticado, melódico, que combina com meu estilo".

Loureiro sairia para jantar com o "boss" ontem, com Dave Mustaine e sua família. Mustaine não lhe disse, mas o brasileiro intui que ele pretenda criar uma dupla de guitarra para fazer solos que o "empurrem", que o estimulem. "Isso é suposição minha", diz. Segundo o guitarrista, hoje é possível saber tudo sobre uma pessoa na internet, mas ele acha que o "feeling" da coisa só virá com a intimidade.

Ele diz que três coisas o fizeram aceitar o convite para integrar o Megadeth. A primeira, saber como funciona o esquema da "Premier League" do metal. A segunda, mostrar aos colegas que é possível realizar os mais remotos sonhos. A terceira é o desafio, diz Kiko. "É encarar uma realidade nova, tocar numa banda lendária". O Angra não foi para escanteio: em maio, no Japão, ele e seus colegas do Brasil iniciam turnê mundial.

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