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Justiça "libera" continuação de ?Os Miseráveis?

Por Agencia Estado
Atualização:

A Corte Francesa vetou, nesta quarta-feira, o processo movido pelos descendentes do escritor Victor Hugo, que pretendiam interromper a publicação do livro Cosette, ou o Tempo das Ilusões, de François Ceresa, uma continuação contemporânea do clássico Os Miseráveis, de 1862, publicada em maio deste ano. Os descendentes afirmavam que a obra em questão visa apenas o lucro e fere os direitos intelectuais do artista morto. Pretendiam obter uma indenização de US$ 594 mil dólares, que seria destinada para programas de fomento cultural. No processo, a corte francesa afirmou que Hugo, em vida, não pretendia que seus descendentes assumissem o controle de seu legado literário. Para tanto, se baseou em uma conferência literária de 1870, na qual o escritor afirmava não acreditar na preservação do legado de um artista por parte de seus descendentes. O mestre francês não acreditava na premissa ?descendentes de sangue são também herdeiros de espírito?. Pierre Hugo, tataraneto de Victor Hugo, disse em junho que estava bravo pois ?os personagens haviam sido vilipendiados?. Ele também afirmou que Ceresa fez inaceitáveis mudanças nas características dos personagens. Um deles, Javert, um obsessivo inspetor de polícia, reaparece na nova novela, mesmo tendo se afogado nas águas do Sena, na narrativa de seu tataravô. A continuação de Os Miseráveis, que custa US$ 20, está nas livrarias desde maio, e já pode ganhar uma continuação. A editora que a publicou pretende lançar brevemente outra obra com o mesmo perfil: Marius ou o Fugitivo. Uma batalha judicial similar ocorreu este ano nos Estados Unidos, quando Alice Randall enfocou ...E o Vento Levou a partir da perspectiva dos escravos. Em abril, o tribunal de Atlanta proibiu a publicação da versão, afirmando que ela viola os direitos autorais do escritor original. A proibição foi invalidada.

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