24 de outubro de 2010 | 00h00
A desenvolvedora do jogo, a nova-iorquina Rockstar, já se manifestou dizendo que ainda não foi notificada sobre o ocorrido, mas que assim que isso aconteçer, irá recorrer. A empresa diz que obteve a autorização para usar a música, mas a assinatura no contrato de cessão de direitos autorais não bate com a de seu autor, que recorreu à Justiça para suspender a comercialização do jogo, bem como para exigir uma indenização financeira.
O episódio ilustra bem como ainda estamos na infância de um mundo inteiramente conectado, graças à internet. Anos atrás, dificilmente um jogo global incluiria uma música brasileira que não fosse licenciada por uma gravadora multinacional. Mas, graças à rede, os criadores do jogo não apenas puderam conhecer o funk carioca como pedir a autorização para seu uso. Da mesma forma, a suspensão de um produto de alcance global a pedido da justiça de um país que não fosse seu produtor - ainda mais de um game - seria apenas risível.
Não mais. As duas situações - o funk carioca em um videogame e a decisão judicial brasileira - fazem parte de um novo cenário mundial que desrespeita fronteiras geográficas por definição. E, com isso, legislações nacionais vão ficando obsoletas, ultrapassadas ou conflitantes. Resta saber se chegaremos a um consenso - e se este consenso será uma constituição planetária. Mas, por enquanto, isto é apenas especulação.
BILU!
O ALIENÍGENA DA VOZ FININHA
Uma reportagem feita com um suposto alienígena no interior de Minas Gerais tornou-se uma das sensações da internet brasileira. Com uma vozinha ridícula em português, o "ET", autodenominado "Bilu" (sério) é questionado se tem alguma mensagem para nós. Sua resposta já pode ser considerada um clássico de 2010: "Apenas que... busquem conhecimento".
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