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Juíza ordena novo julgamento de acusados de extorquir Travolta

Por NEIL HARTNELL
Atualização:

Uma juíza da Suprema Corte das Bahamas ordenou na noite de quarta-feira que seja feito novo julgamento de duas pessoas acusadas de tentar extorquir 25 milhões de dólares do ator de Hollywood John Travolta. A juíza Anita Allen declarou anulado o julgamento em curso, depois de um político das Bahamas ter anunciado prematuramente na convenção anual de seu partido, que tinha cobertura ao vivo na televisão e nas rádios, que os dois réus tinham sido absolvidos. Allen não determinou a data do novo julgamento. A ex-senadora Pleasant Bridgewater e o motorista de ambulância Tarino Lightbourne foram acusados de tentar extorquir 25 milhões de dólares de Travolta após a morte do filho do ator, Jett, em janeiro, nas Bahamas. Os réus teriam ameaçado entregar à imprensa um documento assinado por Travolta isentando o motorista de ambulância e seus colegas de qualquer responsabilidade pela morte de Jett, depois de Travolta ter decidido tentar levar seu filho à Flórida de avião para ser hospitalizado, em lugar de levá-lo a um hospital de Freeport. A convenção política na qual o anúncio precoce foi feito era do Partido Liberal Progressista (PLP), um dos dois principais partidos políticos bahamenses. Bridgewater é filiada ao PLP. Uma autópsia determinou que Jett Travolta morreu de convulsão durante férias da família no resort Old Bahama Bay. Durante o julgamento, que durou cinco semanas, Travolta relatou que tentou salvar seu filho fazendo respiração boca a boca, enquanto outro visitante no resort ajudava com compressões em seu peito e usou um desfibrilador em Jett, que foi encontrado inconsciente no chão do banheiro. Em seu depoimento, o ator relatou que lhe foi dito que, a não ser que pagasse 25 milhões de dólares, o documento seria vendido à imprensa e usado para gerar cobertura jornalística sugerindo que ele seria parcialmente culpado pela morte de seu filho. Jett era autista e sofria convulsões frequentes, conforme o depoimento de Travolta. Lightbourne e Bridgewater foram acusados de conspiração e tentativa de extorquir dinheiro de Travolta por meio de ameaças, acusações passíveis de punição com pena máxima de cinco anos de prisão. Bridgewater também foi acusada de conluio com extorsão. O deputado do PLP Picewell Forbes levou centenas de partidários na convenção anual de seu partido ao delírio, depois de anunciar na noite de quarta-feira que "Pleasant é uma mulher livre. Deus é bom, PLP! Pleasant é uma mulher livre! Deus ainda reina, PLP!." Após o anúncio do deputado, os presentes à convenção começaram a dançar ao som de "Oh Happy Day." O júri de nove integrantes iniciou suas deliberações na quarta. Vinte minutos antes de a juíza declarar anulado o julgamento, o presidente do júri tinha indicado que os jurados precisariam de mais tempo para chegar a um veredicto. A juíza Anita Allen expressou preocupação com possíveis erros de conduta dos jurados e com a possibilidade de ter havido comunicações precoces saindo da sala do júri. Michael Ossi, um dos advogados de Travolta, disse que ficou feliz com a decisão de ser realizado novo julgamento. Indagado se Travolta retornará para depor no novo julgamento, ele disse: "Vamos cooperar plenamente com a promotoria. Estamos comprometidos em levar isto até o final."

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