Juarez Machado homenageia TV

O artista plástico é o homenageado do 13.º Salão Carioca de Humor, na Casa de Laura Alvin, em Ipanema. O tema é a televisão e seu nome foi escolha unânime, por ser pioneiro ao levar humor para a telinha nos anos 70

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Por Agencia Estado
Atualização:

O artista plástico Juarez Machado é o homenageado do 13.º Salão Carioca de Humor, a partir dessa terça-feira, na Casa de Laura Alvin, em Ipanema. O tema é a televisão e ele foi escolha unânime dos organizadores, por ser pioneiro. Foi Juarez quem, nos anos 70, levou o desenho de humor para a telinha. "Sempre homenageamos alguém fundamental no assunto a ser abordado. Quando falamos da mulher carioca, o Lan ficou em evidência e, quando abordamos a boemia, foi a vez do Jaguar", explica o curador do salão, Rocky Goodwin. "Agora, ao comemorar os 50 anos da televisão, o Juarez é o primeiro nome lembrado. Ele deixou a charge, ele ainda é uma influência importante." Machado não nega a felicidade (e também a responsabilidade) de ser homenageado, mas discorda de Goodwin quanto à influência que exerce entre os novos e nem tão jovens desenhistas de humor. "Hoje em dia, eu os conheço pouco porque não moro mais no Brasil e só me dedico à pintura. O bom dessa homenagem é que ela dá início à comemoração do meu centenário, pois estou completando, em 2001, 60 anos de idade (no dia 16 de março) e 40 de profissão", brinca o artista. "Quanto à influência, eu posso dizer, sem modéstia, que comecei um tipo de trabalho na televisão, dando movimento à imagem, mas aquele desenho, feito daquela forma, era tão pessoal que não creio que tenha tido seguidores." No início dos anos 70, quando o Fantástico era uma novidade na Rede Globo, Juarez criou vinhetas animadas de humor e non sense, em que ele atuava como mímico, ao som de música eletrônica criada pelo maestro Júlio Medaglia. Seu corpo pintado e vestido com uma fantasia indefinida (era meio boneco, meio palhaço) interagia com um cenário desenhado pelo próprio Machado. O sucesso foi tremendo e o quadro, que se repetia quatro vezes em cada programa, durou até 1978, quando o artista resolveu dedicar-se exclusivamente à pintura. Na abertura do salão, Juarez Machado dará uma colher de chá para o público que até hoje sente saudade de seu trabalho gráfico. Manequins de plástico serão pintados naquele estilo.

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