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Jornalistas internacionais discutem Guerra do Iraque na Flip

Robert Wright e Robert Fisk discordam sobre a retirada das tropas dos EUA

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Por Redação
Atualização:

Ainda que estudado, o tom de provocação marcou, sábado à tarde, a participação na Flip de dois jornalistas acostumados a tratar de perto conflitos mundiais, o americano Robert Wright e o inglês Robert Fisk. O primeiro, autor de O Vulto das Torres, aclamado relato sobre a origem do Al-Qaeda, declarou-se contrário à retirada imediata das tropas americanas no Iraque. Já Fisk, correspondente internacional há mais de 30 anos e único jornalista ocidental a ter entrevistado Osama Bin Laden três vezes, retrucou que a saída deveria ser imediata, "porque os iraquianos vivem como tribos e não querem a democracia imposta pelos ocidentais". Dono de uma fala mansa, cordata, Wright pareceu não se importar com o tom mais declamatório do colega inglês, esperto ao disparar frases de efeito, como "sou contra todo tipo de governo, principalmente o do falecido Tony Blair". Wright, no entanto, foi enfático ao tratar do pouco destaque que o conflito ainda desperta no debate da sucessão presidencial americana. "Nosso país provocou uma carnificina no Iraque, mas isso ainda não parece ser importante", disse. Questionados sobre o paradeiro de Bin Laden, ambos revelaram desconfianças. "A tecnologia hoje permite que qualquer região do globo seja mapeada por satélite. Assim, é difícil aceitar que o governo americano não saiba exatamente onde ele esteja. Talvez seja o alto custo que implicaria a desestabilização do Paquistão. Por isso, temos ainda de suportar um assunto tão chato como a localização de Bin Laden", disse o americano. Já Fisk foi mais peremptório: "Não tenho a menor idéia de onde ele esteja, mas esse mistério faz com que ele permaneça em nossa cabeça sempre".

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