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Jornada de Passo Fundo quer ouvir e falar a língua dos jovens

Com a proposta de discutir as novas formas de ler e de escrever, tradicional evento gaúcho abre sua 15ª edição

Foto do author Maria Fernanda Rodrigues
Por Maria Fernanda Rodrigues
Atualização:

Com uma expectativa de público de 7 mil adultos e 20 mil crianças e adolescentes, e de temperatura entre 0º e 10º, a Jornada de Literatura de Passo Fundo abre nesta terça (27) à noite com o anúncio do vencedor do Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura, sua 15.ª edição. Criado em 1981 pela professora Tânia Rösing, que segue à frente do evento bienal, o festival gaúcho é considerado um dos principais projetos de formação de leitores do País – especialmente porque alunos e professores se preparam previamente para o encontro com os autores, lendo e debatendo a obra deles.

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Até domingo, passam pelos palcos do evento, realizado em lonas de circo instaladas no campus da Universidade de Passo Fundo, nomes como <IP9,0,0>Eva Furnari, Ilan Brenman, Bruna Beber, Marcelino Freire, João Carrascoza, Marcelo Mirisola, André Vianco, Eduardo Spohr, Rafael Draccon e Emicida, entre outros.

O projeto sempre teve como meta sensibilizar professores para a questão da leitura e fazer com que, por meio deles, esse gosto chegasse aos alunos. A presença de muitos autores familiarizados com o universo juvenil, como a trinca da literatura fantástica – Spohr, Draccon e Vianco – justifica-se pelo tema escolhido para esta edição: Leituras Jovens do Mundo.

“Nosso propósito consiste em nos aproximarmos ainda mais dos jovens para ouvi-los, para falarmos  sobre eles e nos transformarmos com eles”, explica Rösing. Ela ressalta ainda que os jovens ocupam uma liderança nas famílias e na escola pelo domínio das tecnologias, criando uma relação de dependência dos mais velhos na orientação e no manuseio de equipamentos eletrônicos. “Esse domínio se alarga para a tomada de posição de destaque, promovendo uma aparente aproximação com a nova geração, mas, ao mesmo tempo, um distanciamento e uma subserviência dos mais velhos a esses jovens. Precisamos entender seus novos modos de ler e de escrever”, completa a professora de 66 anos.

A Jornada não se resume aos encontros dos professores e dos alunos com os escritores. Há uma série de debates paralelos, como o Seminário Internacional de Contadores de Histórias e o Encontro de Bibliotecários e Mediadores de Leitura, entre outros, que já foram realizados em outras edições, e o estreante Páginas Saborosas, misto de festival gastronômico com oficinas de alimentação saudável.

 

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