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Jorge Takla encena "Vítor ou Vitória"

Protagonizado por Marília Pêra, dirigido e produzido por Jorge Takla, o musical Vítor ou Vitória, de Blake Edwards, com músicas de Henri Mancini estréia no dia 17 de agosto, no Teatro Cultura Artística

Por Agencia Estado
Atualização:

O momento teatral parece mesmo ser favorável aos musicais. Mais um sucesso da Broadway chega ao Brasil. Protagonizado por Marília Pêra, dirigido e produzido por Jorge Takla, o musical Vítor ou Vitória, de Blake Edwards, com músicas de Henri Mancini estréia no dia 17 de agosto, no Teatro Cultura Artística. Também integram o elenco de 31 atores Drica Moraes, Leo Jaime e Daniel Boaventura. Como é comum nesse gênero de espetáculo, os números são grandiosos, quase acintosos quando contrastados com a média das produções brasileiras. Vítor ou Vitória tem orçamento de R$ 2 milhões, 12 músicos e 31 atores no palco, 200 figurinos e 10 cenários. A montagem envolve, na fase de produção, 200 pessoas, 61 delas permanecendo em atividade durante toda a temporada. Mas se os números são semelhantes a musicais como O Beijo da Mulher Aranha, Rent e Les Misérables, Takla faz questão de ressaltar uma importante diferença. "Não se trata de franchise, de cópia, embora eu não tenha nada contra. Vítor ou Vitória não será uma reprodução da montagem inglesa, mas sim uma nova concepção. A história não muda, nem as músicas ou arranjos, mas o espetáculo é outro", garante o diretor. Takla e Marília viram o espetáculo juntos em Nova York, em 1996, quando planejavam a montagem de Master Class, a primeira parceria artística entre atriz e diretor. Acharam a montagem muito boa, tecnicamente perfeita, porém um tantinho fria. "Naquela noite comentamos: um dia faremos juntos esse espetáculo no Brasil", lembra Takla. Nos planos, claro, a substituição do humor inglês da atriz Julie Andrews pelo caloroso humor de Marília Pêra. "Até pelo temperamento e pela versatilidade de Marília, capaz de atingir amplos registros dramáticos, do cômico ao trágico, a versão brasileira já ganha outro tom", observa Takla. Cinco anos depois do encontro em Nova York, Vítor ou Vitória sobe ao palco com canções traduzidas para o português por Cláudio Botelho e executadas por uma banda regida pelo maestro Luís Gustavo Pedri, responsável pela direção musical. "As mudanças na versão brasileira começam pelos recursos", comenta Takla. "Não tenho um fosso para o orquestra e, portanto teremos uma banda no centro do palco." Responsável também pelos cenários e iluminação, Takla afirma já ter o espetáculo desenhado em sua cabeça. "Se o apagão permitir, quero utilizar muitos recursos de iluminação e fazer o mais difícil: criar o grande entretenimento", afirma. "Parece fácil, mas não é. O clima de grande futilidade exige muita precisão. Eu quero para Vítor ou Vitória muito glamour, muitas roupas bonitas e, sobretudo, muita alegria, porque acho que é o que está faltando nos palcos." Para levar o humor de Vítor ou Vitória à cena, Takla conta com a experiência e o talento de Marília Pêra e de todo do elenco inteiramente por ele escolhido. "O aprimoramento técnico dos brasileiros é tão perfeito quanto o do elenco da Broadway. Mas a montagem brasileira torna-se mais leve, mais bem-humorada. Julie tem humor inglês, perfeito, porém frio. Marília naturalmente imprime um humor de outra qualidade à personagem, uma maior cumplicidade com a platéia. Além disso, ela é dez anos mais jovem que Julie e todo o elenco é igualmente mais jovem", comenta Takla. Cheia de calos nos pés por conta dos ensaios de sapateado - "esses sapatões americanos são muito pesados, acho que vou colocar tachas na sola de meus sapatos espanhóis, mais leves - Marília está entusiasmada com o musical. "Vejo essa garotada dançando (a atriz observa o coro que ensaia uma das coreografias) e lembro de meus primeiros musicais", comenta. E ressalta as diferenças entre Vítor ou Vitória e musicais recentes de seu repertório como Estrela Dalva, Elas por Ela, Master Class ou Prima-Dona. "Não tinham o mesmo nível de exigência. Há muito tempo não participava de um musical no qual preciso cantar, dançar e interpretar." A história permite - e exige - uma grande interpretação da protagonista. Mas não só dela. Marília vive a cantora inglesa Vitória Grant, viúva, desempregada, que anda faminta pelas ruas de Paris, em 1935, de onde é recolhida pelo homossexual Toddy. "Ele é muito generoso e também muito engraçado", afirma seu intérprete, o cantor Leo Jaime. É dele a idéia de fazer de Vitória uma falsa transformista, Vítor, que se transforma numa estrela de imenso sucesso. Tudo vai mudar com a paixão recíproca entre Vitória - ou Vítor - e o gângster vivido por Daniel Boaventura, namorado de Norma Cassidy, interpretada por Drica Moraes, que se empenha em desmascarar a transformista. "Na versão brasileira, Norma será uma loura burra, quase a Magda do Sai de Baixo, uma dessas mulheres capazes de tudo para subir na vida", antecipa Drica.

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