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João Knorr: Das quadras às passarelas

Ex-jogador profissional de vôlei e tênis, o gaúcho desponta como modelo da vez em menos de um ano de carreira

Por Marilia Kodic e Anna Rombino
Atualização:
Seu primeiro trabalho fora do País foi para a Versace Foto: OZDOIZ/Divulgação

O país que ocasionou o fenômeno Gisele Bündchen tem nova promessa, e masculina. Apenas nove meses após sua estreia, João Knorr já é um dos modelos de maior destaque do país, e dá os primeiros passos, firmes, na carreira internacional. Seu primeiro trabalho no exterior é um feito: foi escalado para abrir o desfile de inverno 2018 da italiana Versace, uma das mais importantes grifes de luxo do mundo, em Milão.

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“É muito gratificante representar uma marca tão respeitada logo de cara. Foi ainda mais emocionante quando soube que iria abrir o desfile. Foi uma honra, uma emoção enorme”, conta, sobre o evento ocorrido no último dia 14, que marcou também sua primeira viagem internacional. “Conhecer diferentes lugares, culturas, pessoas e ideias é especial. A diversidade agrega”, diz, com o entusiasmo típico de garoto de 17 anos que deixa o país natal pela primeira vez.

Na última edição da São Paulo Fashion Week, Knorr foi o modelo masculino recordista de desfiles – foram nove. “Antes da SPFW, eu só havia desfilado uma vez. Era algo novo para mim. Me surpreendi quando soube que eu era o recordista. Me encantei pelo trabalho e resolvi abraçar as oportunidades que foram surgindo”, diz. A semana de moda estabeleceu seu nome no mercado poucos meses depois de ser indicado por uma amiga para a agência que o representa – a JOY Model, responsável por lançar nomes como Lais Ribeiro e Valentina Sampaio. 

Foi lá que consolidou o visual que tanto lhe rende sucesso – alto, sarado e de olhos azuis, tem nos cabelos alvos sua principal marca: “Descolorir o cabelo sempre foi um desejo meu, mas não tinha coragem. Até que meu agente sugeriu fazê-lo, e eu topei na hora!”. O corpo atlético, no entanto, vem de outros carnavais. Antes de ser modelo, Knorr dedicava-se ao esporte: natural de Panambi, no Rio Grande do Sul, era jogador de vôlei e tênis nas seleções gaúchas. “Pratico esportes por amor. Me exercitar me dá prazer, mas não tinha em mente seguir isso profissionalmente”, diz. 

Embora o esporte não tenha mais papel central em sua vida, é hoje um valioso aliado. “Nessa profissão, preciso estar com a saúde e o físico em dia, e, para isso, o esporte é essencial”, diz ele, que vê semelhanças nas carreiras de modelo e atleta. “Ambos precisam ter uma prática de cuidados e exercícios, além de treinamentos e estudos da área. A rotina é bem parecida. Estar preparado, seja para uma competição esportiva ou para um desfile, demanda esforços semelhantes. São mercados que exigem muita determinação e foco.”

A alimentação acompanha o rigor que se espera de ambas as ocupações – “tenho uma dieta regular, feita por nutricionista, na qual consumo muitas proteínas e vitaminas e evito carboidratos” –, e, com o corpo em ordem, diz cuidar da mente cercando-se de pessoas queridas, conectando-se com a natureza e estudando idiomas. Mas, recém-saído do ensino médio, não pretende seguir os estudos tradicionais. “Quero absorver tudo o que a carreira de modelo pode oferecer. Meu foco é este no momento.” E, para o futuro, ao que tudo indica, suas aspirações são bastante factíveis: “ter uma carreira sólida, trabalhar mundo afora, estrelar campanhas e trabalhar com cinema”. De olho nele.

Contra a corrente

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Mesmo num país conhecido por exportar supermodelos (Gisele Bündchen, Adriana Lima e Alessandra Ambrósio são algumas das brasileiras que dominam as passarelas internacionais), prosperar numa das raras indústria em que as mulheres são mais valorizadas e bem pagas do que os homens é trabalho árduo para estes. Ainda assim, alguns modelos masculinos brasileiros deixaram seu nome na história.

Um dos mais bem-sucedidos é Marlon Teixeira, 26, que já foi um dos mais bem pagos do mundo. Surfista nas horas vagas, o catarinense chama atenção pelo visual praiano, e já desfilou para grifes como Dolce & Gabbana, Chanel e Balmain. Outro nome conhecido do público é Jesus Luz, carioca de 31 anos que estrelou capas das principais publicações de moda do mundo, como a Vogue chinesa e a QG alemã, embora tenha ganhado os holofotes quando começou a namorar a cantora Madonna, em 2008.

Ator renomado, Cauã Reymond também começou a carreira trabalhando como modelo, aos 18 anos, e fez trabalhos para marcas como Jean Paul Gaultier e Karl Lagerfeld. Entre os veteranos está o catarinense Jorge Gelati, que, aos 52 anos, continua ativo – caso raro na profissão –, e tem no currículo campanhas para grifes como Hermés e Billionaire. 

Vale prestar atenção em Francisco Lachowski, curitibano de 26 anos que, aos 18, venceu o concurso “Supermodel of the World” (Supermodelo do Mundo), idealizado pela agência Ford Models. Além de fazer sucesso nas redes sociais, contando quase 2 milhões de seguidores no Instagram, foi recentemente considerado um dos 50 maiores modelos do mundo pelo site Models.com.

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