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João Gilberto Noll lê e discute seu novo livro

Escritor participa amanhã do Rodas de Leitura, onde lerá trechos de Berkeley em Bellagio em tom monocórdio - como se fosse um canto gregoriano, na sua definição

Por Agencia Estado
Atualização:

O escritor gaúcho João Gilberto Noll fala amanhã, no Rodas de Leitura, do Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, do seu mais recente livro, a narrativa Berkeley em Bellagio. A obra tem como narrador-protagonista um escritor que recebe uma bolsa para produzir um romance no vilarejo de Bellagio, nas proximidades de Milão (Itália). Antes, o escritor também passara pelo câmpus da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos. "Ele não falava inglês. Quando deu seu primeiro passeio pelo câmpus de Berkeley, viu não estar motivado. Saberia voltar atrás? Não se arrependeria ao ter de mendigar de novo em seu país de origem? Fingir que não pedia pedindo refeições, ou a casa de veraneio de um amigo em pleno inverno para escrever um novo livro" - assim começa o livro. Como escritor, o narrador teme que o contato com a língua estrangeira acabe por fazê-lo perder a habilidade em lidar com o português. Noll, considerado uma revelação da literatura brasileira nos anos 1980, havia lançado seu último livro, Canoas e Marolas, em 1999, como parte da coleção Plenos Pecados (seu livro é sobre a preguiça, um dos sete pecados capitais), da editora Objetiva. Entre outras obras suas estão Rastros de Verão (1986) e (1989). Atualmente, dois de seus livros - Hotel Atlântico (1989) e Harmada (1993), estão sendo adaptados para o cinema. Seu conto Alguma Coisa Urgentemente foi levado aos cinemas por Murilo Salles, em 1984, no filme Nunca Fomos tão Felizes. Amanhã, no Rodas de Leitura, Noll deve ler trechos de Berkeley em Bellagio, de uma forma especial: uma leitura plana, como se fosse um canto gregoriano, na definição do autor. O livro é composto, na verdade, de um único e extenso parágrafo. Noll, que tem formação de músico - estudou canto lírico -, acha que esse tom é bastante adequado à leitura da obra. "Na verdade, é uma pequena blage; como o livro tem um tom sôfrego, achei que precisava contrapor com um tom monocórdio", diz o autor. Noll, na verdade, viveu uma situação semelhante à que lhe deu motivo para o livro. Entre 1996 e 1998, deu aulas como professor visitante em Berkeley. E também recebeu uma bolsa, de uma fundação norte-americana, para concluir um romance em Bellagio. "Não imaginava que a aldeia fosse adentrar no meu romance", afirma ele. Além de Berkeley e Bellagio, a história também se passa em Porto Alegre - como memória e também depois do retorno do narrador ao País. Não há um tempo definido no livro - passado presente e futuro se misturam - "mas sem uma intenção vanguardeira", diz Noll. Rodas de Leitura. Com João Gilberto Noll que na ocasião lança o livro Berkeley em Bellagio. Editora Objetiva. 104 páginas. R$ 19,90. Amanhã, às 19 horas. Entrada franca (retirar senha e cópia do texto a ser lido 1 hora antes). Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112, São Paulo. Tel. 3113-3651.

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