João Bosco e seus caboclos

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Por Roberto Nascimento
Atualização:

O maior quarteto da história da MPB moderna ficou conhecido nos primeiros discos de Elis depois da fase Fino da Bossa. Sob a direção de Cesar Camargo Mariano (piano), Helio Delmiro (guitarra), Luizão Maia (baixo) e Paulinho Braga no ziriguidum deitavam e rolavam por trás da cantora, traduzindo o samba jazz para uma linguagem contemporânea, mais seca e contundente, influenciada pelo soul. Adicione a esse time o sumo pontífice do voz e violão afro-brasileiro, João Bosco, e o resultado é o petardo Caça à Raposa, segundo disco que será lançado pela Discoteca Estadão, por R$14,90, no domingo que vem.O time não tem Paulinho, mas Pascoal Meireles o substitui com categoria. Na set list, só pedrada: O Mestre-Sala dos Mares, Kid Cavaquinho, Escadas da Penha, De Frente Pro Crime. A integração da banda com a essência do samba é assustadora e pode-se afirmar que, em termos rítmicos, não há álbum mais negro na discografia nacional. João encarna seus caboclos em Escadas da Penha, enquanto Luizão e Pascoal se transformam em uma coisa medonha, suja e ardilosa, ao segurar o suingue de Casa de Marimbondo.

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