05 de maio de 2009 | 11h03
Cobb e seu grupo vêm ao Brasil para o Bridgestone Music Festival, no Citibank Hall, para tocar inteiro o álbum mais conhecido do jazz em todo o mundo - até hoje, vende em média 5 mil cópias toda semana, segundo estima o escritor Ashley Kahn, autor do livro Kind of Blue: A História da Obra-Prima de Miles Davis (Editora Barracuda), que estava na plateia. O cineasta Francis Ford Coppola veio da Califórnia para o festival.
Na privilegiada tarde de sábado, quando o trompete de Wallace Roney disparou o primeiro acorde de So What, a canção que abre o mitológico disco, a plateia parecia entrar em órbita. Wallace Roney, discípulo incensado pelo próprio Miles Davis, usava um paletó excêntrico, dourado. Baixou o santo: estava tão marrento e invocado quanto Miles. Para emular de vez o ídolo, só faltava querer tocar de costas para o público. Vincent Herring parecia que recebia o espírito de Coltrane. Javon Jackson vestia a pele de Cannonball Adderley. Ao piano, Larry Willis, gentleman do Harlem, tinha dupla missão: além de ressuscitar a elegância estilística de Bill Evans, cumpriria também o próprio papel (ele tocou na banda de Miles Davis).
Jimmy Cobb, testemunha viva de todo o processo de composição, gravação e depuração de ''Kind of Blue'', é um sujeito de humor afiado. No auditório do hipódromo de New Orleans, sede do festival, quando indagado sobre se sabia que estava participando de um clássico que mudaria a história da música, ele disse: "Para Miles e para mim, eram apenas grandes caras tocando alguma música nova. Não era nada de extraordinário. O conceito de gravar um disco era diferente do que é hoje", contou Cobb. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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