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Jimi Hendrix ganha biografia escrita por amiga íntima

Por AE
Atualização:

Três anos de carreira foram suficientes para o guitarrista norte-americano Jimi Hendrix virar mito. Até hoje, 37 anos após sua morte, o músico é lembrado como um visionário que antecipou basicamente tudo o que viria a acontecer na música pop na era pós-Beatles. O interesse de ouvintes jovens, que nem eram nascidos quando Hendrix morreu de overdose, em setembro de 1970, é grande o bastante para deixar brechas à indústria cultural, que não costuma desperdiçar produtos com potencial de venda. Uma nova biografia do ídolo, ''Jimi Hendrix: A Dramática História de Uma lenda do Rock'' (Jorge Zahar Editor, 356 págs., R$ 39,90), da jornalista americana Sharon Lawrence, é lançada para concorrer com outras já no mercado, entre elas a escrita há dois anos pelo jornalista Charles R. Cross (Rool Full of Mirrors), também biógrafo de Kurt Cobain. Os fatos são inalteráveis, mas não sua interpretação. Se Cross concedia mais atenção à infância de Hendrix em Seattle, revelando sua luta contra a segregação, um pai ausente e uma mãe alcoólatra, Sharon Lawrence concentra seus esforços na carreira do guitarrista, que conheceu em 1968, um ano após sua apresentação no histórico Festival de Monterrey. Ele já era, então, relativamente conhecido nos EUA. Ao ler o capítulo em que a jornalista, ex-repórter da UPI, dá carona ao agente do guitarrista e atende a seu pedido para assistir a um show do músico, a impressão que fica nos leitores mais novos é a de que, graças a pessoas como ela, Hendrix chegou ao topo. Evidentemente, trata-se de um exagero. Em outros capítulos a jornalista é menos subjetiva e esquece que escreveu a biografia por ter sido amiga íntima do músico - tão íntima que leiloou dois maços de cigarros Salem fumados por Hendrix, servindo ainda como testemunha de defesa no processo que o músico enfrentou por entrar com heroína e haxixe no Canadá, em dezembro de 1969. Nesse episódio, a biógrafa garante que Hendrix estava limpo. Alega que a droga foi plantada em sua bagagem. Ela faz outras acusações sérias nessa biografia que não poupa a meia-irmã do guitarrista, Janie, nem a mulher que estava com ele na hora da morte, Monika Dannemann. A groupie, ou amante, teria demorado para avisar a polícia e chamar o hospital. Hendrix morreu de uma superdosagem de barbitúricos, sufocado no próprio vômito. Teorias conspiratórias não são desconsideradas nessa como em outras biografias anteriormente lançadas. No entanto, o modelo do livro de Sharon Lawrence é mais convencional e menos policialesco: quer mostrar, como se diz, o homem por trás do mito. A jornalista é do tipo que ajuda os amigos a escolher roupas e atende a pedidos de socorro às três da madrugada - e Hendrix, em ambos os casos, sempre recorreu a ela, a considerar o relato da autora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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