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Jazz perde Sarah Vaughan, a 'Divina'

Por Rose Saconi
Atualização:

Há 20 anosChamada pela crítica norte-americana de "Divina do Jazz", Sarah Vaughan ? "uma das poucas vocalistas capazes de modular a melodia como se tocasse um instrumento musical", segundo texto de capa do Estado ? morreu em 3 de abril de 1990. Tinha 66 anos e sofria de câncer no pulmão.Filha de carpinteiro e de lavadeira, Sarah nasceu em Newark, New Jersey, em 27 de março de 1924. Começou a cantar ainda criança numa igreja batista da cidade. Aprendeu piano e até tocou um pouco de órgão. Sua vida de cantora começou apenas em 1943, quando venceu um concurso de calouros no Teatro Apollo, no Harlem, em Nova York. A capa do Caderno 2 do dia 5 de abril foi toda dedicada à cantora. Em destaque, sua vida pessoal, a carreira e a discografia. Uma declaração de Frank Sinatra descrevia a qualidade vocal de Sarah Vaughan e sua importância para a música: "Todos cantam, mas cantores de verdade não passam de dez. Sarah estava nessa dezena."Discografia. Ao longo de 47 anos de carreira, Sarah Vaughan gravou quase uma centena de discos, cantando ao lado dos grandes nomes do jazz como Bub Powell, Charlie Parker e Duke Ellington, entre outros. A música brasileira era uma de suas paixões. Em 1977, gravou o LP O Som Brasileiro de Sarah Vaughan. E, em 1987, com Sérgio Mendes e Dori Caymmi, Brazilian Romance. Tom Jobim era um de seus compositores favoritos.Sua primeira apresentação no Brasil ocorreu em 1958, no Rio. A temporada mais longa foi em 1979, quando se apresentou durante duas semanas, também no Rio. A última vez que visitou o País foi em 1989.A vida pessoal de Sarah foi marcada por uma série de casamentos e divórcios. Ela não gostava de ser chamada de Sarah por pessoas que não fossem próximas. Era Miss Vaughan, como exigia em suas entrevistas. Os amigos, no entanto, a chamavam de "Sassy" (desbocada).

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