James Bond, em caixa com 9 DVDs

James Bond mantém a mística depois de 40 anos e 20 filmes. Nove filmes de sua coleção chegam em uma caixa de DVDs, reunindo quatro dos cinco atores que viveram o agente

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Por Agencia Estado
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Ele foi um fenômeno típico dos anos 1960, como a pílula e a minissaia, contribuindo para a liberação dos costumes que fez daquela a década que mudou tudo. Como a primeira, James Bond sobreviveu e foi integrado à vida das pessoas (a pílula de uma forma bem mais cotidiana, claro). Como a segunda, passou por não poucas mudanças, para se ajustar aos cataclismos que alteraram a geopolítica mundial nos últimos 40 anos. São quatro décadas inteiras de James Bond, tomando-se por base o ano de 1962, quando surgiu O Satânico Dr. No, de Terence Young. Um novo filme de James Bond está surgindo nas telas. Estréia em janeiro, quando o agente secreto mais famoso do cinema estará completando 41 anos: 007 - Um Novo Dia para Morrer, de Lee Tamahori. É o 20º filme da série oficial. Houve dois, fora dela: Cassino Royale, uma comédia que teve vários diretores (até John Houston) e Nunca Mais Outra Vez, de Irvin Kershner. Você pode esperar para ver Pierce Brosnan e a nova bondgirl, ninguém menos do que Halle Berry, a atriz que ganhou o Oscar deste ano por A Última Ceia, de Marc Foster. Duas atrizes vencedoras do prêmio da Academia de Hollywood não representam pouca coisa num filme de James Bond - a outra é Judi Dench, que ganhou seu Oscar de coadjuvante por Shakespeare Apaixonado, de John Madden. Mas Halle, é bom que se diga, não é uma bondgirl como as outras em Um Novo Dia para Morrer. Para começar, ela também é uma agente - e, como o herói, tem licença para matar. Espere e veja. Mas você também pode correr às locadoras e comprar a Coleção James Bond que a Fox Vídeo lança em DVD, em caixa especial, com nove títulos. Eles podem ser comprados isoladamente, ou em uma caixa com nove minipôsteres dos filmes. Essa coleção põe no seu DVD quatro dos cinco atores que criaram o personagem ao longo destes 40 anos. Falta justamente George Lazenby, que carrega a fama de ter sido o pior de todos os intérpretes do papel, o que talvez seja injusto. Não foi ele quem mudou o herói em 007 a Serviço Secreto de Sua Majestade. Foi o diretor Peter Hunt quem concebeu um James Bond mais humano e sinceramente apaixonado (pela estonteante Diana Rigg) - ou seja, tudo aquilo que o público nunca quis na série. James Bond é uma celebração da fantasia masculina de ser o melhor em tudo - bom de luta, de tiro, de cama e, ainda por cima, inteligente, com uma destreza de raciocínio que o torna ainda mais perigoso para seus inimigos. A essas qualidades pessoais, James Bond soma o arsenal tecnológico com que Sua Majestade o arma para policiar o mundo. Os quatro atores retratados na coleção são Sean Connery, o primeiro e, para muita gente, até hoje, o melhor James Bond. Mas estão presentes também Roger Moore, Timothy Dalton e Pierce Brosnan. O pior, não só dos quatro, mas de todos, é Dalton, um chato que queria ser politicamente correto e tentou impor um James Bond que não fumava, não bebia nem fazia sexo irresponsável. Qual a graça de um herói assim? Nove filmes: 007 contra O Satânico Dr. No (nos cinemas, era só O Satânico Dr. No), Moscou contra 007, 007 contra Goldfinger e 007 contra a Chantagem Atômica, os quatro com Sean Connery e todos, menos o terceiro (de Guy Hamilton), dirigidos por Terence Young; dois com Roger Moore, Com 007 Viva e Deixe Morrer, de Guy Hamilton, e 007 - Somente para Seus Olhos, de John Glen; um com Timothy Dalton, 007 - Permissão para Matar, também de John Glen; e os dois restantes com Pierce Brosnan, 007 contra Goldeneye, de Martin Campbell, e 007 - O Mundo não É o Bastante, de Michael Apted. Todos são repletos de extras, que ainda por cima são legendados. Pegue, por exemplo, Dr. No: tem comentários em áudio do diretor, dois documentários, trailer, galeria de fotos, spots de rádio e comerciais de TV. Ou o mais recente O Mundo Não é o Bastante: comentários do diretor e do elenco, making of, clipe e trailer de cinema. Desfilam as bondgirls: Ursula Andress, a primeira (a melhor?), saindo da água de biquíni e adaga na cintura - imagem que Halle homenageia no novo filme; Daniela Bianchi, Honor Blackman, Claudine Auger, Jane Seymour e Carole Bouquet, todas lindas, maravilhosas. O mundo nunca foi o bastante para James Bond. Ele foi criado pelo escritor Ian Fleming para ser o espião que o próprio autor tentara, mas não havia conseguido, ser. Houve um forte impulso para que se criasse a bondmania, nos anos 1960: o próprio presidente dos EUA, John Kennedy, declarou certa vez que as fantasias de James Bond eram a sua leitura preferida. James Bond surgiu como um produto da guerra fria, um cavaleiro andante contra o comunismo e também contra todos os vilões que sonhavam (ainda sonham) dominar o mundo. Sobreviveu a tudo, até à derrocada do comunismo. Que seja um inglês e fosse adorado pelo presidente americano não é a menor das ironias que cercam a série. Alguém consegue imaginar George W. Bush, que quer ser o polícia do mundo atual, com um James Bond na cabeceira? Coleção James Bond - 007 contra o Satânico Dr. No, de 1962. Com Sean Connery e Ursula Andress. Moscou contra 007, de 1963. Com Connery, Daniela Bianchi, Lotte Lenya Robert Shaw e Pedro Armendáriz. 007 contra Goldinger, de 1964. Com Connery, Honor Blackman e Gert Fröbe. 007 contra a Chantagem Atômica, de 1965. Com Connery, Claudine Auger e Adolfo Celi. Com 007 Viva e Deixe Morrer, de 1973. Com Roger Moore, Yaphett Koto e Jane Seymour. 007 - Somente para Seus Olhos, de 1981. Com Moore e Barbara Bach. 007 - Permissão para Matar, de 1989. Com Timothy Dalton e Talisa Soto. 007 contra Goldeneye, de 1995. Com Pierce Brosnan, Isabella Scorupco e Famke Jenssen. 007 - O Mundo Não é o Bastante, de 1999. Com Brosnan, Sophie Marceau e Robert Carlyle. Lançamentos em DVD da Fox. Nas locadoras e lojas. Caixa: R$ 329,90. Cada DVD R$ 34,90.

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