J. Carlos Martins e Moreira Lima: 2 mil pessoas em NY

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Por Redação
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O maestro João Carlos Martins regeu a Filarmônica Bachiana Sesi-SP, o pianista Arthur Moreira Lima como convidado especial e as emoções de mais de 2 mil pessoas que foram ao concerto deles domingo à noite, no Avery Fisher Hall do Lincoln Center, em Nova York. A maior parte do público era a quem João Carlos e Moreira Lima têm se dedicado cada vez mais: brasileiros (emigrados, neste caso) que provavelmente nunca teriam ouvido ao vivo composições de Bach, Villa-Lobos, Chopin e até um dificílimo concerto para piano e orquestra do argentino Alberto Ginastera se não fossem as empreitadas dos dois procurando democratizar a música clássica. O mesmo espetáculo estreará na capital paulista no sábado, na Sala São Paulo.A história de João Carlos é dos principais instrumentos dessa democratização. Pianista de fama internacional, ele perdeu os movimentos das mãos porque, como compara, teve "mais acidentes do que o número de fugas compostas por Bach", compositor que é sua paixão. Há seis anos aprendeu regência e criou duas orquestras, unidas agora como filarmônica. Brasileiros que vivem em Nova York e cidades vizinhas esgotaram os ingressos para o concerto no Lincoln Center em menos de dois dias.A vida profissional do hoje maestro e Moreira Lima tem paralelos. Ambos iniciaram como prodígios, aos 8 anos, e são reconhecidos entre os melhores pianistas do mundo. João Carlos conseguiu que suas orquestras fossem patrocinadas pelo Sesi e outras entidades, o que possibilita concertos como o do Lincoln Center e da Sala São Paulo, e chegue a comunidades carentes brasileiras. Moreira Lima pôs seu instrumento num caminhão que vira palco e tem levado música ao interior do Brasil com o projeto Um Piano pela Estrada.Muito aplaudido e com o público em lágrimas, João Carlos encerrou regendo a orquestra num arranjo do Hino Nacional em diferentes ritmos brasileiros. "Há eruditos que ficam de sobrancelha arrepiada por fazermos isto, Mas o (Daniel) Barenboim faz o bis da Filarmônica de Berlim com Tico-Tico no Fubá; a Filarmônica de Nova York tem aberto temporada com jazz. Por que não investir em novos públicos?"

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