Ivan Lessa: Amante vai contar tudo

Colunista comenta o caso do jogador de futebol que é o assunto do momento.

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Por Ivan Lessa
Atualização:

Afeganistão vai, Iraque vem, o caso que anda rolando aqui e dando mesmo o que ler, falar e ouvir é o da amante de John Terry, que, como é de praxe em certos casos, ameaça "contar tudo". O leitor preocupado com nossos Chicões, Rubinhos e Tarticos, para citar apenas três futebolistas hipotéticos, perguntará com toda razão: "Quem é John Terry? Quem é sua amante? Qual a importância dela contar tudo ou se trancar em copas?" Vamos por etapas, como dizem os grandes alpinistas. John Terry é um player do esporte das multidões, conforme pequenos grupos gostam de se referir ao futebol. Ele tem 29 anos, joga pelo Chelsea, um time bastante popular nas cercanias do bairro que lhe dá o nome, além de outros menos careiros, e sua posição é a de zagueiro central, dependendo do ponto de vista de quem ataca ou pegou um mau lugar na arquibancada. Joga direitinho, e como até o momento em que escrevo, ao contrário de tantos outros praticantes de seu esporte, não degolou ou aleijou ninguém em campo ou fora dele o que lhe valeu conquistar, se não um título de campeão, ao menos a honrosa posição de captain (podem chamá-lo de capitão) de sua equipe. Vai mais longe seu embate com a glória: é capitão também da seleção inglesa. Ser capitão do time, aqui no Reino Unido, dá direito àquele que com o honroso título foi contemplado, de xingar o árbitro (não muito alto) e distribuir desaforos e olhares irônicos para os outros futebolistas, sejam eles de sua equipe ou não. No embate com a glória de um captain, no entanto, nunca se tocou muito em seus embates fora de campo. Ao menos, os embates ditos de Eros ou Vênus e ainda Astarte. As regras para o impedimento são claras. Ao menos para 30% dos torcedores e uns bons 45% dos comentaristas. As da conduta com Cupido, embora mais jocosas, são terreno desconhecido. Ao menos nessa história de John Terry. Pelo que depreendi, John Terry andou tendo - sejamos docemente eufemísticos - "um caso" com uma modelo francesa. Ora, sair de mãos dadas com francesa, aqui no Reino Unido, já é fantasia erótica das mais picantes. Imaginem "ter um caso" com uma delas. Ainda por cima mo-de-lo! Não bastasse, a maneca se chama Vanessa Perroncel. Sim, é verdade. Só de pronunciar ou ler seu nome transmite frissons ou calafrios eróticos no espectador. Imaginem então seu efeito sobre o captain John Terry. Apertem os cintos de segurança por que a coisa vai complicar. Vanessa Perroncel (ai!) namorou, ou teve caso também, com outro player, na época defensor das cores do Chelsea, o menos conhecido Wayne Bridge, que, apesar do nome, não fazia ponte nenhuma, apenas exercia, com uma certa e merecida modéstia, as funções de lateral esquerdo. O jornal Metro, distribuído gratuitamente na condução de apelação quase idêntica, alega que, supostamente, Vanessa Perroncel (ui!) abortou após ter engravidado de John Terry, pai de dois filhos com sua única e até agora ainda legítima esposa, cujo nome não vem ao caso nem é interessante. Tudo isso somado, trata-se, conforme anunciei no início destas linhas, do assunto do momento. Tanto é que a jovem em questão - e não tenho mais forças para digitar seu delicioso nome - já recorreu aos serviços do mais famoso publicista britânico, um indivíduo por nome Max Clifford, e, agora, como passei adiante o quase furo, ameaça "contar tudo". Conforme quase disseram Gentil Cardoso e Neném Pé de Prancha, "o futebol tem dessas coisas". Confesso que eu preferia quando Didi dava um passe de 40 metros para Garrincha, lá na ponta. Era não só mais platônico como mais bonito. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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