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Itu tem grande coleção de Aleijadinho

Acervo de 36 peças do mestre reúne preciosidades como uma imagem de madeira policromada de 89 cm, representando N.S. do Rosário, tombada pelo Iphan

Por Agencia Estado
Atualização:

Conhecida como Roma Brasileira pela quantidade e beleza das igrejas, A Fidelíssima e Berço da República por sua participação na história política do País, Itu, a 92 quilômetros de São Paulo, ganha agora mais um motivo de orgulho. Será a primeira cidade paulista a exibir a mais completa coleção particular de obras de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, considerado o maior artista do barroco brasileiro. A exposição Aleijadinho - O Que Vemos e o Que Sabemos foi aberta ontem, no Museu Republicano Convenção de Itu, e fica aberta ao público até 1º de abril. O acervo reúne as 36 obras do mestre mineiro pertencentes ao empresário e colecionador Renato de Almeida Whitaker. A mostra é a mesma que levou mais de 100 mil pessoas ao Museu Nacional de Belas-Artes, no Rio, recentemente. Whitaker contou com o apoio do prefeito Lázaro José Piunti e da deputada estadual Maria do Carmo Piunti para levá-la a Itu, cidade que completa hoje 391 anos. O acervo inclui verdadeiras relíquias, como uma imagem de madeira policromada de 89 centímetros, representando N.S. do Rosário, e uma Sant´Ana Mestra em madeira resinada, de 32 centímetros, tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Outras peças, como um São Francisco de Assis, em madeira policromada, N.S. das Dores, e o Senhor Jesus da Paciência - que figura na capa do catálogo da exposição - estão em estudos para tombamento. Estarão na mostra o crucifixo utilizado na missa comemorativa dos 500 anos do Descobrimento, celebrada no Rio, e a imagem de N.S. da Conceição vencedora da votação feita pelo público, na exposição do Museu Nacional, para escolher a peça mais representativa de Aleijadinho. A enquete será repetida em Itu. A Senhora da Conceição é uma das três peças da coleção de Whitaker pintadas pelo mestre Ataíde, outro expoente da arte barroca. As outras são uma Santa Luzia e um São José de Botas. Esta é também a primeira vez que uma mostra reúne, num mesmo cenário, obras de grande e de pequeno porte do artista. Algumas imagens, como uma Nossa Senhora da Conceição, em madeira policromada, com 7,4 cm de altura, são de pequenas dimensões, o que só aumenta seu valor artístico. Admirador da obra do Aleijadinho há mais de 20 anos, Whitaker tornou-se também um dos maiores conhecedores do estilo do mestre mineiro. "Disponho da vantagem de ter as peças à minha mão para vê-las, examinar e fazer comparações." Os visitantes da mostra terão acesso aos estilemas (traços formais típicos) da obra do Aleijadinho. São, segundo Whitaker, as características reveladoras da autoria, espécie de "impressões digitais" do artista. "Assim, eles poderão aprofundar seu conhecimento sobre o importante legado desse mestre do barroco", afirma o superintendente do museu, Jonas Soares de Souza. Curador da mostra, Whitaker não se considera dono do acervo colocado à disposição do público do interior. "A obra do Aleijadinho é de todo brasileiro, sou apenas um guardião e fiel depositário." A montagem e iluminação da mostra ficaram a cargo dos restauradores José Marcelo Galvão de Souza Lima e Marina Coimbra. O Museu Republicano, que é extensão do Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP), fica na Rua Barão do Itaim, 67, no centro, fone (0--11) 4023-0240, e funciona de terça-feira a sábado, das 10 às 17 horas, e domingo, das 9 às 16 horas. O ingresso custa R$ 2,00.

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