Itália e França inspiram o criativo cardápio do Glass

A fachada de vidro espelhado justifica o nome do restaurante em SP. Da decoração sem excessos à cozinha pouco rotineira, tudo no Glass tem a marca do bom gosto

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Glass nasceu muito bem. Um restaurante bonito, agradável e que conta com um chefe competente, Douglas Santi. Ele começou timidamente, mas já está dando o seu toque pessoal à casa com receitas criativas, inspiradas principalmente na Itália e França e que fogem da rotina. O restaurante fica no final da Juscelino Kubitschek, em frente a uma moderna passarela para pedestres, toda de vidro - um empreendimento profissional, montado com todo o cuidado e muito bom gosto. Seus proprietários, Sérgio Cusin e João Paulo Diniz, são muito bem relacionados e participam de outras casas de sucesso, como Dressing e Ecco, entre outras. A fachada de vidro espelhado justifica o nome. O salão é amplo, confortável, com pé direito alto, iluminação discreta, meio escurinho, com perto de 26 mesas e um belo jogo de sofás na entrada. Numa das paredes, fotos de animais selvagens e arranjos de bambus em grandes vasos, como se fossem buquês, espalhados pelo salão. Na entrada, um imponente bar. Numa das paredes, a água corre de bicas salientes feitas com pastilhas coloridas. Tudo muito bonito, moderno e com senso de medida. Serviço competente, profissional. A carta de vinhos foi organizada pelo consultor Renato Frascino e apresenta boas opções, como o Quinta de Pancas Chardonnay, um vinho da Estremadura e o argentino Catena Cabernet Sauvignon, que foram provados e aprovados no jantar. Preços normais para restaurantes, isto é, caros. O jovem sommelier Márcio Piero garante um serviço competente dos vinhos, utilizando taças mais do que adequadas. Ele também tem planos de ampliar a carta. Na cozinha, o chefe Douglas Santi, que já ostenta um belo currículo. Ele deixou de lado as profisssões normalmente escolhidas pelos jovens de classe média e foi trabalhar na Itália e na França, onde esteve numa das cozinhas de Alain Ducasse. No Brasil, trabalhou com o grande Laurent Suaudeau, Luciano Boseggia, Massimo Barletti e foi chefe durante um bom tempo do Cantaloup, outro excelente restaurante. Depois de um início meio tímido, Douglas fez o seu cardápio, que propõe 7 aperitivos com preços entre R$ 9 (o "barbajoan", pastéis pequenos com massa de azeite de oliva e recheio de ervas e ricota) e R$ 27 (o "bocadinho" de lula e camarão); 6 entradas entre R$ 18 (compota de berinjela e nozes, com tapenade e mussarela Pulcinella) e R$ 55 (mousseline de aspargos com caviar Ossetra e creme azedo); 7 saladas e "carpacci" entre R$ 14 (carpaccio clássico) e R$ 23 (salada de alface com camarão e brie); 4 massas entre R$ 25 (agnollotti com mussarela e manjericão) e R$ 36 (duo de tagliolini e taglietelli escuros com camarão, lulas); 4 risotos entre R$ 32 (funghi porcini e champignons) e R$ 41 (riso basco, com frutos do mar); 8 peixes e frutos do mar entre R$ 30 (vermelho assado com arroz escurecido pela sépia de lula, manjericão, acelga e uvas frescas) e R$ 48 (camarão na manteiga de coral com alcachofra, palmito e champignons) e 8 carnes e aves entre R$ 31 (medalhão na mostarda de Dijon) e R$ 50 (galinha d´angola com castanhas e foie gras). O couvert só é cobrado à noite e custa R$ 11. O jantar começou muito bem com os "bocadinhos de camarão e rodelas de lula à milanesa"( R$ 17). Tudo sequinho, delicioso. Anéis de lula macios, douradinhos, empanados com farinha de pão. Bons ainda os canapés quentes ao queijo brie (R$ 13). O penne com bacalhau ao azeite extravirgem, tomate e brócoli (R$32) não agradou muito e só é servido no almoço. Talvez o bacalhau tenha sido dessalgado demais, mas o fato é que não se percebia muito o sabor do peixe. Bom, rico, no ponto certo, o risoto de frutos do mar, o riso basco. Os pratos principais agradaram de modo geral: costeletas de cordeiro numa crosta de amêndoas (R$36), talvez o melhor prato da noite, macio e equilibrado; perdiz assada ao vinho de Jerez com cappelllini na manteiga fresca (R$ 36), saborosas, tenras, num bom molho; muito boas as codornas desossadas servidas com o molho do assado (R$ 34); escalopes com mostarda de Dijon (gosto de mostarda de Dijon mesmo, R$ 30) e namorado com manjericão, aliche e alcaparras ( R$ 36). Para completar, um café realmente muito bom, cremoso. Glass - Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 1726, tel.: 3053-0488.

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