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<i>Os Lusíadas</i> terá novo diretor na quinta

Por Agencia Estado
Atualização:

O novo diretor da mega-produção Os Lusíadas inicia seu trabalho na quinta-feira - Iacov Hillel substitui Amyr Haddad, que colocou o cargo à disposição na semana passada, depois que a produtora Ruth Escobar revelou não concordar com seu processo de trabalho. Fundador do grupo Tá Na Rua, o diretor investiu mais no trabalho corporal, em detrimento do texto, e desagradou Ruth. Depois de 40 dias de ensaios, Haddad, que viajou em seguida para o Amapá, não havia desenvolvido cenas do espetáculo, com produção avaliada em R$ 2 milhões. Baseado no poema épico de Luís de Camões, escrito em 1572, o espetáculo ocupará a parte externa da Estação Júlio Prestes e o grande saguão de embarque - que será isolado do resto da estação. A carnavalesca Rosa Magalhães (da escola carioca campeã deste ano, a Imperatriz Leopoldinense), e o arquiteto Ruy Ohtake são os responsáveis pela adaptação do espaço, já em curso. O diretor deverá ter seu primeiro contato com o elenco já no novo espaço. A previsão de estréia do espetáculo é na última semana de janeiro. No início do ano, Iacov Hillel foi o primeiro diretor convidado por Ruth Escobar para assumir o que ela afirmava ser a "produção da minha vida". Naquele momento, porém, não teve condições de aceitar, pois assumira compromissos que se estenderam até o final deste ano. A empresária então chamou José Possi Neto, Márcio Aurélio e Gerald Thomas, até acertar com Haddad. José Rubens Siqueira já está trabalhando na adaptação, enquanto o compositor Egberto Gismonti é responsável pela trilha sonora. Os números para a encenação do clássico inaugural da língua portuguesa são impressionantes: serão cem pessoas no palco, dez guinchos e máquinas que erguem atores e elementos em cena, 600 espectadores por sessão, nove grupos performáticos de equilibristas e malabaristas. Duas enormes rampas de concreto serão colocadas na entrada e na saída do espaço. Ruth Escobar está segura de que o espaço do saguão da Júlio Prestes (contíguo à Sala São Paulo) será transformado em um teatro permanente depois da apresentação de Os Lusíadas. Ela afirma ter a garantia do governo estadual. Excursão - Também no ano que vem, o espetáculo chega à Estação Leopoldina, no Rio. Depois, embarca para a capital portuguesa, onde será mostrado no Coliseu de Lisboa (uma arena de 3 mil lugares próxima ao Teatro D. Maria I) e na cidade do Porto, também no coliseu local. Ruth Escobar produziu já uma teatralização de Os Lusíadas nos anos 70. Batizado de A Viagem, com texto assinado por Carlos Queiroz Telles e direção de Celso Nunes, o espetáculo foi um dos grandes sucessos da empresária e ex-atriz. Depois de dedicar vários anos à política e, em seguida, à direção do Festival Internacional de Artes Cênicas de São Paulo, ela resolveu, para "se despedir de vez da produção teatral", montar a obra de Luís de Camões.

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