30 de junho de 2013 | 02h14
"Fui 'descoberto' por um escritor, Lee Hall, que entrou em contato com a assessoria de imprensa do Royal Opera House em busca de alguém que tivesse sido criado em uma cidade mineira", conta Mosley ao Estado por e-mail, desde Monte Carlo, em Mônaco, etapa de uma turnê que segue hoje para Tóquio, no Japão. "Eu me encontrei com Lee e ele se interessou pela minha história, especialmente por descobrir que meu irmão mais velho foi um dos grevistas de 1984."
Filho de uma costureira, que costurava meias e cuecas para uma conceituada loja britânica de roupas, e de um encanador, Mosley tem outros cinco irmãos. Como no filme e no musical, ele tinha pouco mais de 3 anos quando começou a acompanhar a irmã às aulas de balé, levado pela mãe. "Certo dia, eu estava assistindo ao ensaio, resolvi entrar e nunca mais olhei para trás."
A resistência familiar começou pela mãe. "Meninos não dançam", disse ela, amparada por uma estatística descoberta depois por Mosley: de fato, não havia um dançarino na região no raio de cem quilômetros. Mesmo assim, ele logo conseguiu autorização, graças ao empenho de sua professora de balé. E, assim como o Billy do filme, Mosley era visto dançando em qualquer esquina - na verdade, ele preferia o sapateado ao balé. "Queria ser um novo Gene Kelly", diverte-se.
Com sua história tornando-se mundialmente conhecida graças ao cinema, Mosley incentivou uma grande mudança no comportamento do Royal Ballet, com mais meninos participando dos testes que antes. "Também tornou-se público o exemplo de solidariedade mostrado pelas famílias da minha região, que sempre me incentivaram." / U.B.
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