Indie, pop e regional nas antenas do sul

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Por Redação
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O sol foi impiedoso para quase todos neste primeiro fim de semana do New Orleans Jazz & Heritage Festival. Castigou o pescoço de repórteres despreparados e brilhou sobre uma variada programação que uniu nomes locais com indies e pop stars. O Times Picayune, maior jornal de New Orleans, opina que foi a edição mais pop dos últimos anos, com grandes nomes como Tom Petty, Springsteen e Foo Fighters indicando um ascensão, por bem ou por mal, de sua popularidade. O autêntico tempero local não decepcionou. É comum ouvir dois estilos de música vazarem de palcos diferentes, enquanto se caminha pelo Fair Grounds. Cajun, o baião local, com funk; dixie com afrobeat: sonoridades díspares, mas que, ouvidas em sequência, ilustram sempre alguma semelhança entre elas, tal como a proximidade do afrobeat de Fela Kuti, bem representado no festival por seu filho Seun Kuti, que toca em São Paulo neste fim de semana, com a tradicional batida de second line das brass bands de New Orleans. Assim, com clarinetes soprando dixie, pianos e guitarras rasgando riffs de blues e corais cantando aleluia na tenda gospel, o Jazzfest torna-se um retrato preciso da cena tradicional de música em New Orleans. A única cria barrada na entrada da festa - injustamente - é o hip hop, curiosamente o gênero mais efervescente da cidade. Longe dos inferninhos tradicionais das ruas Frenchmen e Decatur, a lei da rima impera. / R.N.

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