
01 de maio de 2012 | 03h07
É comum ouvir dois estilos de música vazarem de palcos diferentes, enquanto se caminha pelo Fair Grounds. Cajun, o baião local, com funk; dixie com afrobeat: sonoridades díspares, mas que, ouvidas em sequência, ilustram sempre alguma semelhança entre elas, tal como a proximidade do afrobeat de Fela Kuti, bem representado no festival por seu filho Seun Kuti, que toca em São Paulo neste fim de semana, com a tradicional batida de second line das brass bands de New Orleans. Assim, com clarinetes soprando dixie, pianos e guitarras rasgando riffs de blues e corais cantando aleluia na tenda gospel, o Jazzfest torna-se um retrato preciso da cena tradicional de música em New Orleans.
A única cria barrada na entrada da festa - injustamente - é o hip hop, curiosamente o gênero mais efervescente da cidade. Longe dos inferninhos tradicionais das ruas Frenchmen e Decatur, a lei da rima impera. / R.N.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.