
18 de março de 2013 | 09h41
Cedido em comodato por 10 anos ao Instituto Moreira Salles (IMS) pelo seu filho, Ivan Fernandes, o acervo pictórico de Millôr Fernandes revela notável capacidade de produção, que compreende sua carreira desde o início, aos 13 anos, até a morte, aos 88 anos, em março de 2012. Há também 44 quadros, cartas, álbuns, uma mapoteca, artigos de jornais e revistas (foi colaborador do Estado entre 1996 e 2000).
"Estou cedendo o acervo sem nenhum tipo de restrição, a não ser a exigência de que seja mantido no Rio de Janeiro", diz Ivan Fernandes, de 59 anos, filho do artista. "Claro que isso não impede de o instituto fazer exposições em qualquer lugar do País ou do mundo." Fernandes acredita que o material inventariado na cobertura possa conter pelo menos 80% do que Millôr produziu, considerando-se a data inicial de 1945 como base.
A obra de Millôr será abrigada, no Instituto Moreira Salles, na reserva técnica da coleção de iconografia, que possui cerca de 2,7 mil imagens (a maioria de pintores-viajantes dos séculos 16 a 19). Millôr trará o setor para os séculos 20 e 21. O Instituto Moreira Salles informou que não pagou pelo arquivo, foi uma cessão voluntária da família. E que não tem intenção de incorporar novos acervos que tenham "algum parentesco" com a produção gráfica de Millôr. A peculiaridade da obra é que atraiu o IMS.
"Ele é tão absolutamente excepcional que não inaugurará nenhuma ala no instituto, será apenas ele. É porque é o Millôr, um cara de exceção: um excepcional artista gráfico, que escrevia muito, que também produzia aforismos e haicais, que também era dramaturgo e um tremendo tradutor", afirma Flávio Pinheiro, superintendente do Instituto Moreira Salles.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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