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Impressão digital*

OS BLUES DOS ANOS 10 O DRAMA DO LCD SOUNDSYSTEM

Por Alexandre Matias
Atualização:

Às vésperas de lançar seu terceiro disco em maio, o grupo nova-iorquino LCD Soundsystem fez um show surpresa no Webster Hall, em sua cidade-natal, na última segunda-feira. Em dado momento da apresentação, o líder e vocalista da banda, James Murphy, caiu de joelhos no palco e se dirigiu ao público com seriedade. "Se você receber uma cópia do disco e tiver vontade de compartilhá-la com mundo, por favor não faça isso", disse. "Passamos dois anos fazendo este álbum e queremos lançá-lo quando acharmos que é a hora de lançá-lo. Não estou preocupado com o dinheiro - depois que o disco for lançado, você pode dá-lo de graça para quem você quiser, mas até lá, guarde-o consigo."

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O desabafo vem de um dos artistas que melhor souberam usar a internet para se estabelecer. Mais do que um simples astro lançado no MySpace, o LCD Soundsystem se lançou em singles que foram distribuídos primeiro via MP3 e depois foram remixados por DJs e produtores tanto do selo de Murphy (a DFA) quanto de fora - remixes que corriam a internet afora.

Oito anos depois de lançar sua primeira música (Losing My Edge), a banda cresceu o suficiente para se incomodar com aquilo que antes foi seu principal canal de divulgação.

Não é exclusividade deles. Grande parte da geração que se estabeleceu graças à internet agora se vê às voltas com os mesmos problemas dos artistas que já eram grandes quando a internet se popularizou. Em entrevista à revista Rolling Stone brasileira, o vocalista do Franz Ferdinand, Alex Kapranos, comentou que a cantora "Lily Allen foi destruída pela imprensa por dizer que as bandas mais novas sofrem mais com isso".

Ouvindo This is Happening, o terceiro disco do LCD Soundsystem, percebe-se que a tensão inquieta dos anteriores segue presente, mas misturada com uma tristeza e desilusão que não havia antes. Talvez James Murphy esteja sentindo um novo tipo de blues, uma tensão digital típica dos novíssimos anos 10.

"CORTEM A CABEÇA!"ALICE NO IPAD

O versão de Tim Burton para o clássico Alice no País das Maravilhas estreia na próxima quarta no Brasil, mas a menina entrou em outro ambiente fantástico na semana passada. Alice in the iPad é um aplicativo em que é possível ler o livro de Lewis Carroll com ilustrações em movimento, que invadem o texto e mudam conforme se mexe com o aparelho, deixando o leitor tão perdido quanto Alice. O aplicativo custa US$ 9.

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