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Imagens reencontradas, a arte da restauração

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Na quarta à noite, Guy Borlee ficou até tarde da noite no Centro Cultural São Paulo conversando com o público. É o curador da mostra A Imagem Reencontrada, que vai até dia 13. Trata-se de uma homenagem ao Festival Il Cinema Ritrovatto, que ocorre na Itália, formado só por obras restauradas. Borlee veio falar justamente sobre a arte da restauração.Alguns dos filmes que integram a programação são muito antigos - Maciste no Inferno, de Guido Brignone, de 1926, ou a Pandora de Georg W. Pabst, com a lendária Louise Brooks, de 1929. Outros são produções mais recentes, mas a precariedade das matrizes obrigou ao mesmo trabalho de "salvamento".É o que fazem os restauradores - recuperam filmes que estão em via de se perder, por causa da deterioração da imagem, do som (ou de ambos). Martin Scorsese tem sido guerreiro nessa luta. Não está sozinho. Cada vez mais, em todo o mundo, a restauração ganha adeptos. A Cinemateca de Bolonha especializou-se nessa missão regeneradora. Muitos clássicos têm sido salvos assim. Não por acaso, a Cinemateca de Bolonha é parceira do Festival de Cannes na mostra Cannes Classics, só de obras restauradas.Os cinéfilos vão gostar de saber que poderão assistir a cópias zero bala de clássicos de Fred Zinnemann (Redes), Federico Fellini (A Trapaça), Sergio Leone (Quando Explode a Vingança) ou Pier Paolo Pasolini (Notas para Filmar Orestes na África). Veja-os todos, mas não perca Il Posto, de Ermanno Olmi, de 1961. Um homem busca desesperadamente um emprego. Quando o consegue, sente-se oprimido pela mediocridade do trabalho. Nada além do cotidiano, os gestos repetidos do homem comum. Il Posto é obra-prima.IMAGEM RECONTADACCSP. Rua Vergueiro, 1.000, Álvares Penteado, 112, tel. 3397-4002. R$ 1. Até 13/2.Galeria Olido. Avenida São João, 473, tel. 3331-8399. R$ 1. Até 13/2.

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