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"Il Villaggio d?Itália": um giro pela Bota com o chefe Zocche

Por Agencia Estado
Atualização:

Volmar Zocche é mais um chefe de cozinha a tentar uma carreira solo. Ele nasceu em Santa Catarina, foi criado na Itália, chegou a ser dono de um restaurante em Milão, retornou ao Brasil para as cozinhas do requintado e muito bom Namarilena e agora abriu sua própria casa, em Moema, o Il Villaggio d?Itália, que abriga também uma escola de cozinha. O novo restaurante é espaçoso, bonito, agradável, ainda precisa de alguns acertos, mas já agrada, principalmente pelas massas e risotos. Volmar foi para a Itália com a família quando tinha 5 anos, optou pela culinária ainda jovem, trabalhou em restaurantes de nome, como o Hotel dei Cavalieri, em Milão, passou pelo Egito e retornou ao Brasil há uns dois anos, para comandar a cozinha do Namarilena. Agora, ele abriu sua própria casa, em sociedade com Dalva Lopes, que conheceu quando trabalhava em Milão. O Villagio d?Itália também serve de palco para as aulas de cozinha italiana de Volmar Zocche. Nelas, ele escolhe um tema, prepara os pratos e prova as receitas com vinhos. Os temas mudam constantemente e os participantes podem levar os pratos para casa. O restaurante tem um ambiente alegre, que procura evocar uma vila italiana. Na entrada, um pequeno bar, alguns arbustos e, ao lado, o grande salão com 25 mesas e uma divisória baixa com muitas flores, como se fosse uma jardineira. Na entrada, uma bela mesa com produtos típicos da Itália, pé direito alto, ventiladores pendendo do teto, paredes em tons de salmão e amarelo, medalhões de cerâmica evocando a Roma Antiga, uma pintura na parede de um vilarejo italiano (justificando o nome da casa) e um trabalhado portão de ferro ao fundo. O cardápio não é dos mais extensos, porém faz um belo giro pela Itália, com pratos de várias regiões da Bota, com predomínio das receitas do Norte. Nele, três sopas (com preços entre R$ 9,20 e R$ 12,60); oito entradas (entre R$ 9,60 e R$ 15,30); sete massas (entre R$ 14,90 e R$ 22,50); dois risotos (22,50 e R$ 24,90); sete pratos principais (um peixe, uma ave e cinco carnes, entre R$ 18,30 e R$ 24,90) e dez sobremesas (entre R$ 4,90 e R$ 10). A bruschetta clássica (pão italiano coberto com tomate picado com muito azeite e manjericão) realmente prepara a boca para um bom jantar. Todas as massas provadas estavam ótimas, a começar por um talharim estritamente al dente com molho de tomate fresco e manjericão. Os pratos mais simples são, muitas vezes, os mais dificeis de serem executados e o do Villagio estava fora de série. Excelente mesmo o tortellini à bolonhesa, com um belo ragu de carne moderado no tomate e estupendo. O tortellini é uma variação do mais conhecido cappelletti e estava ótimo, servido com um molho que paga tranqüilamente a visita à nova casa. Quase no mesmo nível o tortelloni alla siciliana, recheado com queijo e escarola, que dá mesmo um toque especial ao prato. O risoto di Firenze também merece ser conhecido. O arroz al dente, com uma lingüiça especial ao vinho tinto. Zolmar faz lá mesmo essa lingüiça bem pequena. Saborosa, quente e substanciosa a sopa de fava seca com vários champignons, amêndoas e alho-porro. Apenas boa a costeleta à milanesa. A vitela ficou fininha demais e quase não se percebia o seu paladar, encoberto pelo empanado. Para acompanhar, uma polenta cremosa, mas sem muito gosto. Também bom, mas sem provocar entusiasmo, o cabrito preparado na panela com vinho branco, azeitonas, alecrim, alho e servido com nhoque meio pesadão. As sobremesas costumam ser bem feitas e são apresentadas com capricho. Zuppa inglese (um bolo bem doce, com muito chantilly) rico e gostoso. Linda e apetitosa a panna cotta Isola d?Elba (o doce de creme de leite com caldas de várias cores). Carta de vinhos até que razoável. Pelo menos, alguns exemplares que fogem da rotina. Na carta, algumas boas descrições dos vinhos, mas omissões de informações básicas, como os produtores de muitos deles. Taças apropriadas. Café excelente. Um café brasileiro potente, com belo aroma e bastante cremoso. Bem diferente das misturas de muitas marcas populares. Um exemplo. Il Villaggio d?Itália: Rua Gaivota, 601. Moema

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