Humor perde o mestre da sátira Art Buchwald

Colunista morre dormindo, aos 81 anos, em sua casa em Washington

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Por Agencia Estado
Atualização:

Ele costumava dizer que morrer é fácil. Difícil é estacionar em Washington. Bom, pelo menos Art Buchwald não precisa mais estacionar. O humorista norte-americano, cronista do jornal Washington Post, morreu na quarta-feira, aos 81 anos, de insuficiência renal, em sua casa, enquanto dormia. Buchwald, sempre brincalhão, dizia que só temia morrer no mesmo dia de Fidel, com receio que a mídia reservasse mais espaço ao dirigente cubano. A última brincadeira do humorista, que assinou por mais de meio século uma coluna no jornal Washington Post, foi anunciar sua morte numa entrevista-necrológio filmada em vídeo e que circula pela internet. ?Olá, sou Art Buchwald e acabo de morrer?, diz na entrevista o humorista, que escreveu mais de 30 livros, entre eles o recente Too Soon to Say Goodbye (Cedo Demais para Dizer Adeus), publicado pela Random House em 2006. Bem, o certo é que alguém lá em cima não concordou com o título e achou que Buchwald já estava fazendo hora extra aqui na Terra. Menos Luís Fernando Verissimo, que lamentou a perda: ?Art Buchwald era um homem que tinha grande prazer pelas coisas da vida e soube transmitir esse prazer para o seu público?. Nascido no estado de Nova York em outubro de 1925, Buchwald começou sua carreira nos anos 1940, quando passou a assinar colaborações em revistas como a Variety, para a qual trabalhou como correspondente em Paris. Associada automaticamente a seu nome, Paris entrou na vida de Buchwald com um cheque de US$ 250 que recebeu de bônus de guerra. Com esse dinheiro ele comprou uma passagem só de ida e, quando a grana acabou, começou a escrever. Em 1949, o New York Herald Tribune começou a publicar sua coluna Paris After Dark, leitura obrigatória no meio intelectual. Buchald voltou aos EUA em 1962. Detentor do prêmio Pulitzer, o humorista era publicado por 300 jornais em todo o mundo. Sua veia satírica não poupou principalmente os políticos. Buchwald, com problemas renais, recusou-se a fazer diálise e teve uma perna amputada em fevereiro do ano passado.

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