23 de julho de 2013 | 10h05
Na semana passada, A Valquíria, segunda parte do ciclo O Anel do Nibelungo, foi encenada no Teatro Municipal do Rio. É a mesma produção, com elenco parcialmente distinto, estreada em 2011 no Municipal de São Paulo, palco onde, em setembro, será apresentada O Ouro do Reno, primeira parte do Anel. Da mesma Valquíria, também na semana passada, a Filarmônica de Minas Gerais interpretou, em versão de concerto, o primeiro ato. E, em agosto, o Festival do Theatro da Paz, em Belém, estreia uma nova produção de O Navio Fantasma. À lista, soma-se Parsifal, apresentado em abril no Festival Amazonas de Ópera.
A produção de Manaus é o ponto de chegada de um resgate das obras do compositor iniciado na cidade, em 2002, com uma versão do Anel, à qual se seguiram O Navio Fantasma e Tristão e Isolda. Por trás delas, o maestro Luiz Fernando Malheiro, que também assina a direção musical do Anel do Municipal de São Paulo e regeu a Valquíria apresentada na semana passada no Rio.
O Anel de Manaus foi a primeira produção feita inteiramente no Brasil da obra (nos anos 20, foi uma companhia alemã a responsável por sua interpretação no Municipal do Rio). Foi, assim, o primeiro Anel brasileiro - alcunha que o diretor André Heller-Lopes reivindica para a versão da obra que realiza no Municipal de São Paulo. Mas o "brasileiro" aqui se refere menos ao local de produção e mais ao caráter da montagem. Para o diretor, o Anel, com seus deuses e mitologias, trata essencialmente "das relações humanas, da relação do homem com Deus, do homem com o poder". "E na saga da queda dos deuses, do surgimento de uma nova raça livre, está também a discussão da nossa identidade cultural em um momento de transformação pelo qual passa o Brasil."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.